terça-feira, 23 de julho de 2019

Antes da vinda de Hickman, eis o final da Era do X-Man


*ATENÇÃO! Esse artigo contém spoilers da edição que está sendo publicada nos EUA! Leia por sua própria conta e risco!

Amanhã começa uma grande e nova fase dos X-Men na Marvel, trata-se de um terreno completamente aberto que será mexido por Jonanthan Hickman nos próximos meses em duas minisséries até descambar em seis novas séries mensais que foram anunciadas já na San Diego Comic Con. Mas antes disso, tivemos uma passagem pra lá de surreal com os mutantes nos últimos meses com Zac Thompson e Lonnie Nadler nos roteiros e um monte desenhistas que o acompanharam num arco de histórias chamado de 'Era do X-man'.

Não ache que é atoa o nome lembrar a Era do Apocalipse. Na verdade, essa história tem profunda inspiração na famosa história feita nos quadrinhos mutantes dos anos 90, com um pouco de Dinastia M pincelado aqui e ali. Ocorreu logo após a volta de Ciclope do mundo dos vivos e de um arco de 10 revistas chamado "X-Men Disassembled" onde supostamente uma boa parte dos X-Men morreu. Bom, supostamente, já que eles foram na verdade retirados deste plano. Nate Grey, vulgo o X-Man, nativo da realidade onde Apocalipse dominava tudo, se inspirou em sua realidade natal pra criar sua própria versão de realidade num outro plano graças a um artefato chamado de 'Semente da Vida'. Foi assim que ele salvou aqueles mutantes da morte.



Sua visão de sua realidade perfeita onde todo mundo era mutante, e portanto não havia perseguição para os 'diferentes', deu origem a esse plano onde ele colocou todos os seus colegas X-Men. Só que a ilusão desta nova realidade, por mais perfeita que fosse, não deixava de ser uma prisão. Afinal, como revelou-se desde a edição Age of X-Man: Alpha, qualquer um que tentasse desvendar a farsa e se desvencilhar das falsas lembranças criadas por Nate Grey, era de novo submetido a uma reformatação neste plano.

Os títulos, assim como na Era de Apocalipse, foram recriados a imagem e semelhança que Nate Grey queria dar a esse mundo. Foram eles Age of X-Man: Apocalypse & The X-Tracts, Age of X-Man: Nextgen, Age of X-Man: Prisoner X, Age of X-Man: The Amazing Nightcrawler, Age of X-Man: The Marvelous X-Men e Age of X-Man: The X-Tremists. E assim como aconteceu naquela época também, em nenhum momento as novas equipes criativas de cada revistas se detiveram em suas ideias mais loucas. E nem economizaram no quesito de 'mortes'. Sim, 'mortes' entre aspas, afinal num plano em que a realidade é criada, não existe mortes de fato, correto?



Com o tempo, foi impossível a Nate Grey conseguir deter todas as pessoas que estavam começando a tomar ciência de estarem nesse falso plano. Bishop e os demais personagens da revista do Prisioneiro X foram os primeiros a se rebelar contra X-Man, que acabou protegido pelos seus 'Marvelous X-Men'. Vários membros, de ambos os lados, estão divididos entre ficar naquele mundo perfeito mesmo sendo um farsa ou voltar pra o duro mundo real. E eis que surge ali Dani Moonstar, que estava viva em nosso mundo e nunca fez parte daquela realidade criada por X-Man, aparecendo e surpreendendo a todos. Dani foi até ali pedindo para os outros voltarem pois os X-Men, aqueles que ficaram vivos em nosso mundo de verdade, precisam deles.

Então, eis que todos decidem voltar. Antes, no entanto, pra aquele mundo criado ser desfeito, é necessário usar a semente da vida no X-Man. É Magneto quem decide fazer tal ato, seguindo sua trilha já caminhada de vilão da história. Contudo, a verdade é que quando todos os X-Men passam pela brecha e voltam a nossa realidade, Magneto e o X-Man tomam uma decisão diferente. Enquanto parte do Magneto volta pra o plano real, um pedaço dele fica para viver numa utopia perfeita onde ele nunca sofreu as agruras do mundo real. E juntos, Magnus e Nate começam a decidir como será de fato aquele novo lugar. "Sem policias secretas, sem tirania, sem falsos profetas e... sem x-men" coloca aquela pedaço que ficou do Magneto.

O retorno desses X-Men e mutantes acontece na edição #22 de Uncanny X-Men lançada na mesma semana nos EUA. Como que do nada, os mutantes da Era de X-Man aparecem em nosso mundo real e reforçam os números dos X-Men de Ciclope que estavam sendo atacados por Sentinelas, criados com o vírus Falange do Warlock, liderados pelo General Callahan. Há mais algumas baixas no caminho (Fabian Cortez, Madrox, a cópia do Madrox c o resquício do Warlock, Banshee), mas o final é mais uma vez a vitória do grupo. Em meio a tantos retornos, destaca-se a Jean Grey surgindo das chamas, andando até Scott e o beijando. O casal está finalmente juntos outra vez.


Mesmo com a vitória, os X-Men decidiram que não poderiam mais viver em segredo. Era preciso tomar uma decisão. Edições antes, a recém operada Emma Frost junto com o cérebro e seus poderes turbinados por Fabian Cortez, fez com que os mutantes ficassem 'invisíveis' para a humanidade. Mas eles não chegaram a enganar o General por muito tempo que fez sua própria versão de Cérebro e criou Sentinelas mais aprimorados para superar o efeito de camuflagem telepática da Emma.


Como o próprio mundo da Era do X-Man ensinou, não há lugar sempre bom para viver e não dá pra se esconder sempre com ilusões e mentiras. Ciclope destrói aquele cérebro e assim volta a ser visível para toda a humanidade. Os X-Men sempre estiveram em guerra. Eles estão preparados para vencer essa batalha dia a dia.


E é a partir daqui que se começa uma nova caminhada para os mutantes, onde entrará toda a criatividade do roteirista Jonathan Hickman para colocar nos eixos esse universo sempre odiados e repudiados pela sociedade humana.

O que podemos esperar desses novos rumos? O que esperar dessa Revolução Mutante? Será que teremos mesmo a tão prometida revolução mutante? Com certeza teremos um início das nossas respostas a partir de amanhã, quarta-feira, dia 24 de Julho, com a chegada de House of X 1 nos EUA. E na semana seguinte, no dia 31 de Julho, chega nos EUA o título Power of X. Ambos os títulos conduzidos pelo Hickman.

Uma coisa é certa, muita gente estava com saudades dessa sensação de poder mutante nos quadrinhos da Marvel Comics!

Coveiro | Marcus Pedro

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