quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Homem de Ferro: Sacrifícios

Medo. Medo traz paralização. Não só a causada pelo Gárgula Cinzento em Paris depois que se tornou um ser “digno” de levantar um dos Martelos do deus da Serpente. Mas a paralização de pavor, de impotência. É assim que os habitantes de Midgard se sentem agora, os com e sem poderes. Os heróis fazem tudo que podem, porém é demais para eles. É demais para as soluções que eles possam encontrar neste mundo, então, a solução deve ser buscada em outro, Asgard. É lá que Tony Stark vai para trazer a redenção ao medo, a coragem.

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Tony produz armas. Sempre em meio a ataques grandiosos e ameaças globais, ele tenta fazer o melhor no que sabe: fabricar armas. Mas as armas de Midgard, as armas que ele pode fazer, não são suficientes contra um deus nórdico que aterroriza a Terra. O Homem de Ferro vai fazer uma coisa que ele não gosta, não costuma fazer: pedir ajuda. E não só, ajuda “divina”, com intervenção de magia asgardiana. Pior ainda: Odin não é alguém tão misericordioso que cede a qualquer pedido, Stark deverá implorar. Diversas religiões desde os primórdios vinculam adoração a deuses a sacrifícios, oferendas, e o Vingador Dourado oferece a Odim o que possui de mais precioso: sua sobriedade. Anos sem álcool e ele cede com uma garrafa de Wisky ganhada das Hammers em prol de seu pedido de ajuda. Odin permite que Tony trabalhe com os anões que forjam as armas de Asgard. 

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Os anões não são muitos receptivos e, como é de suas personalidades, desafiam constantemente a autoridade do Homem de Ferro e sua presença ali com desaforos e muitos palavrões. Contudo, Tony ganha o respeito deles aos poucos, derrotando inimigos que tentam mata-lo (e até move o povo subterrâneo ao em sua defesa depois de serem conquistados pelo vingador), mostrando sua habilidade em também construir armas e bebendo com eles, levando sua sobriedade cada vez mais pro fundo do poço. E, falando em fundo do poço, as coisas não estão nada fáceis pela Terra também. Pepper luta a todo custo como Resgate para ajudar em Paris, mas ainda novata no ramo heroico, ela tem que usar de todas suas forças para se manter sã. O que não é fácil tendo que lidar com alguém de dentro da Stark Resiliente liberando imagens de seus momentos de desespero na mídia e as Hammers mais preocupadas em mata-la que ajudar a deter o Gárgula Cinzento.

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São dois sentimentos em foco, o de Tony e o de Pepper que se revezam na narrativa de Matt Fraction. O Homem de Ferro tem toda uma questão quase derrotista, de entrega, com a qual luta. Tudo ligado ao fato de ter se entregue a bebida novamente, se conseguirá superar isso depois que tudo passar e, também, o porquê de fato fez isso: um verdadeiro sacrifício ou um ato de desespero e desejo frente à possibilidade de perderem a luta? Para Potts é a sensação de uma carga muito grande de responsabilidade e impotência. É uma das primeiras vezes que luta como Resgate em uma ameaça tão difundida, quando tantos precisam de sua ajuda e uma das primeiras vezes que ela não é capaz de ajudar quem precisa com sua armadura. Além disso, ela sabe que Tony não estava conseguindo resolver o problema também e nem sabia onde ele tinha ido, se ia voltar. Porém, ambos os sentimentos se unem na essência do que o deus da Serpente quer e do qual se alimenta: o medo. Medo de falhar e não ter mais um amanhã para se redimirem. 

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Eu gosto do pensamento que diz: “Corajoso não é aquele que não tem medo, mas aquele que tem e os vence”, e já vivenciei pessoalmente esse fato, como Tony e Pepper. Resgate pode estar amedrontada, sobrecarregada e pessimista, contudo ela está nas ruas de Paris ajudando quem pode, enfrentando o Gárgula Cinzento até estar em suas mãos e tudo que pode fazer para se defender é fechar os olhos. Tony termina suas armas e espera a benção de Odin sobre elas, que só ocorre com elas sendo jogadas nos tonéis de Uru derretido. A arma de Stark é sua armadura, sempre foi, ele não usará outra. A armadura agora é parte do seu corpo (sair dos seus ossos, lembram?) e ele terá de pular no tonel de Uru derretido. E a coragem tem de tomar o lugar do medo quando os olhos de Pepper Potts não conseguem mais manterem-se fechados, ela acaba por abri-los e Tony Stark mergulha em uma caldeira de ferro asgardiano derretido. Mas ela não morre, por algum motivo o Gárgula não a transforma em pedra, deixando-a para responder o chamado de seu mestre que convoca todos seus “dignos”.  E ele emerge do Uru, vivo, com uma armadura abençoada por Odin, com aspecto da dos Destruidor, que será sua arma para salvar Midgard e todo resto da existência.

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Cammy

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