terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Primeiro episódio de Legion surpreende pelo diferencial


Estreou aqui no Brasil na quinta-feira passada, dia 9, pelo canal FX, a primeira série derivada dos X-Men: Legion. O programa tem uma produção é impecável e surpreende tanto na fotografia, quanto na edição, trilha sonora e direção dos atores.

Nada que relacione a Fox com os mutantes anda gerando muita expectativa nos fãs dos X-Men. Mas essa prerrogativa deve valer apenas para o cinema. Pois na TV, os Homo Superior já estrearam com o pé direito.

O programa é único, diferente em todos os sentidos do que as outras séries de "heróis" estão fazendo por ai. Não tem a pegada "genérica" de Agentes da SHIELD, não tem aquele tom soturno das produções da Netflix e nem é tão "teen" quanto às da CW lá na Distinta Concorrência. É algo novo, que traz frescor e renovação para o gênero.

Quanto a estética, o programa bebe de muitas referências visuais. Uma delas diz respeito ao guardinha que fica vigiando o David durante um interrogatório. Ele me lembrou muito o William Dafoe no Grande Hotel Budapeste. E essa é apenas uma das homenagens visuais que podem ser vistas em relação ao diretor Wes Anderson.

Nos quadrinhos, David Haller é um mutante com esquizofrenia, autismo e múltiplas personalidades. Na série, até o momento, ele foi introduzido como um mutante louco que está internado em um hospício e que constantemente perde o controle.

Não vou mentir, comecei a assistir o episódio com os dois pés atrás. Em um primeiro momento me senti confuso, sem entender nada. Mas acabou que tudo isso foi proposital e se amenizando conforme o capítulo ia andando, as coisas ficando mais claras e a caracterização do Legião e todo o seu contexto explicados.

No final, não se tratava de falta de clareza na hora de contar a história, a intenção de confundir o espectador foi proposital. Em dado momento, nem nós e nem o próprio David sabemos o que é real e o que não é. Mergulhamos de cabeça na "noia" do protagonista, com cortes rápidos e edições psicodélicas. Ficamos tão perdidos quanto o Legião.


Os poderes do David são uma das coisas mais insanas dos quadrinhos da Marvel e que estão impecavelmente adaptados. Nas HQs o personagem possui personalidades distintas e cada uma possui seus próprios poderes, como pirotecnia, telecinese e telepatia. E podemos ver um pouco disso tudo ao longo do episódio.

Como David Haller é um personagem que nunca foi devidamente aproveitado nos quadrinhos, ele carece de um elenco de apoio mais personalizado. Todos os personagens da série são criações especiais para o programa.


É neste ponto, de termos basicamente personagens novos, que faço uma crítica. A Fox não está decidida ainda se a produção estará ou não fazendo parte da cronologia dos filmes. Mas penso que poderiam abraçar de vez a ideia de que trata-se de um outro mundo, para usar personagens que o grande público gosta, até para eventualmente alavancar a audiência. Charles Xavier, pai do protagonista, poderia tranquilamente aparecer na série sem ser interpretado por Patrick Stewart ou James McAvoy.

Por exemplo, aquela Ms. Bird, que aparenta ser uma mentora, loira, chique, que só usa branco e que apareceu no final do episódio. Já imaginaram o fervor que teríamos entre os fãs se ao invés de "Bird" ela se chamasse "Frost"? Eu teria vibrado na hora.

Mas isso também não é algo que comprometa, seria apenas um esmero para agradar os fãs e, quem sabe, consolidar melhor a audiência. Agora torço para que a qualidade, como um todo, se mantenha nos próximos episódios. Que os efeitos especiais, a montagem, a trilha sonora e tudo isso não tenham ficado nota 10 apenas no piloto (que costumeiramente é sempre superior ao resto da temporada).

Mesmo com toda a qualidade deste piloto, a série amargou uma audiência baixa para o canal. O número melhorou com a reprise, mas ainda precisa crescer mais. A esperança é que com a qualidade se confirmando na temporada inteira, aos poucos o índice de espectadores vá crescendo.

Confira também o review que o pessoal do Canal Side Quest fez sobre esse primeiro episódio:


O segundo capítulo vai ao ar aqui no Brasil no próximo dia 16, às 22h30, no canal FX. Confira o trailer:


Legion é a primeira série mutante derivada dos X-Men. Ela é exibida todas as quintas-feiras pelo canal FX, às 22h30. O Showrunner do programa é Noah Hawley (Fargo) e o protagonista Dan Stevens, como David Haller, o filho do Professor Xavier.

Fique no aguardo também de um Inominata dedicado totalmente ao Legião e sua série. Vamos esmiuçar esse programa que certamente ainda dará muito o que falar.

OBS:

Teoria 1: Existe uma teoria de que o esquadrão que resgatou o David no final do episódio na verdade não existe. Seriam todos criações da sua mente. Melanie Bird seria a única pessoa real ali com ele. Será?

Teoria 2: Existe uma figura assustadora permeando a mente do Legião. As únicas características físicas que temos é a face quase monstruosa e um corpo obeso. Isso já foi o suficiente para alguns cogitarem o vilão Mojo, será? A favor desta teoria consta uma cena do episódio em que podemos ver monitores com lembranças do David (imagem usada lá em cima). Seria algo bem a cara do Mojo. Outro ponto a se destacar é que o personagem é chamado no episódio como "The Devil With the Yellow Eye", já nas HQs o Mojo recentemente criou a "Yellow Eye Agency". Coincidência?


Teoria 3: Essa teoria aponta que se o vilão não for o Mojo, poderia ser o Rei das Sombras. Um vilão psíquico que tem um histórico de se infiltrar na mente alheia como um parasita e que também já teve uma forma acima do peso.

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