sábado, 18 de fevereiro de 2017

Segundo episódio de Legion mantém a insanidade e a qualidade


Legion estreou semana passada no canal FX em um grande episódio cheio de alucinações, viagens e loucuras que impressionaram o espectador. Para o segundo episódio, muita gente pensou que a história iria pisar um pouco no freio e contar uma história um pouco mais linear, mas não foi isso que aconteceu.

Este segundo capítulo já inicia com David Haller em Summerland, uma espécie de santuário para mutantes, que é comandado pela telepata Melanie Bird. Para todos os efeitos, uma versão televisiva do Instituto Xavier.


Nesse local o personagem pode aprender a controlar os seus poderes. E a primeira lição que ele descobre é de como usar a sua telepatia. Vale destacar que a cena lembra muito o Xavier ensinando a Jean Grey a se controlar, com David tendo de identificar uma única voz no meio das várias que ele está escutando. Ressalto ainda a estética visual do programa, que para exemplificar quase que literalmente o momento, coloca o mutante girando o botão de volume de um grande rádio.

De uma forma geral, o episódio foi um grande flashback nas memórias do Legião. A intenção da Dra. Bird é revisitar o passado do mutante para identificar os momentos que geraram os traumas que o deixaram como ele se encontra no presente. Ela acredita que ele não é esquizofrênico e descontrolado, tudo o que aconteceu com ele foram os seus poderes se manifestando.


Mas será que é verdade? Durante as visitas às memórias do jovem Haller, foram identificados vários mistérios que apontam para (pelo menos) uma segunda pessoa dentro da mente dele. Quando ele recorda do seu pai, não consegue ver o rosto dele. Seria um sinal de que a lembrança não seria de David, mas de uma das suas personalidades? Por diversos momentos ele também não recorda momentos chave das suas memórias. Coincidência? Durante as sessões de terapia, ele é amedrontado por figuras misteriosas, fora o já misterioso "Demônio dos Olhos Amarelos", que voltou a dar as caras aqui. Então certamente ele não está sozinho na sua cabeça.


O mais fascinante do programa, e talvez o que o torne pouco palatável para algumas pessoas que não se sentem confortáveis com uma forma diferente de contar uma história, é a ausência de respostas e linearidade. Nem sempre sabemos o que é presente, delírio ou flashback.

Os próprios personagens coadjuvantes, não dá para afirmar categoricamente que eles existem mesmo. Alguns como Lenny Busker (Audrey Plaza) e Syd Barret (Rachel Keller) são fortes candidatas a se revelarem, no final, personalidades do Legião.

Outros dois pontos a se destacar são: 1. Que a irmã do David foi levada pela organização governamental que está perseguindo os mutantes. 2. Que os poderes do Legião aos poucos estão ficando mais claros e bem fieis às HQs. Nos quadrinhos ele basicamente pode fazer o que bem entender, pode ter o poder que desejar e na série ele já demonstrou telepatia, telecinese, pirotecnia e teletransporte.

E basicamente foi esse o segundo episódio de Legion. Uma série que veste a camisa da loucura e proporciona ao espectador uma experiência digna de David Haller. Algumas divergências em relação aos quadrinhos existem, mas não é nada que realmente comprometa. São adaptações necessárias tendo em vista a limitação no uso de personagens e o fato do próprio Legião nunca ter sido muito bem desenvolvido na sua mídia mãe.

O pessoal do Canal Side Quest também fez um review bem bacana desse episódio, você pode assistir ele abaixo.


Confira também o trailer do terceiro capítulo da série.


Quem estiver interesse em acompanhar Legion, a série é exibida todas as quintas-feiras, às 22h30, no canal FX aqui no Brasil.


Kinhu Heck

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