segunda-feira, 29 de abril de 2019

Discutindo a Teoria por trás de Vingadores: Ultimato

Quando liberamos nossa primeira resenha sobre Vingadores: Ultimato ontem, já demos a deixa para esse e para vários outros artigos por vir. O que vem a seguir a partir deste ponto nessa matéria é para apenas os olhos e somente os olhos de quem já viu o filme. Se você ainda não assistiu, simplesmente deixe de lado esse texto agora e volte apenas quando assistir esse marco dos cinemas que é o quarto filme dos Mais Poderosos Heróis da Terra.



Está ainda aí? Bem, então suponho que já tenha visto o filme! Não é só uma questão de te preservar sobre spoilers. Vai precisar ter visto pelo menos uma vez o filme para conseguir nos acompanhar aqui sem se perder. Bom, fora isso, era algo que realmente não cabia uma explicação numa resenha geral.  Afinal, um tema de ficção tão complexo merece toda uma atenção a parte, ainda mais se foi feito de uma maneira tão elegante como os irmãos Russo fizeram. Portanto, vamos nos divertir teorizando algumas coisas...


A MECÂNICA DA VIAGEM DO TEMPO NOS FILMES

Para quem não fugiu dos artigos e matérias publicadas antes do filme, já sabe que os diretores Joe e Anthony Russo assim como o Presidente da Marvel Studios comentaram já uma certa influência que o filme teria de Star Trek: A Nova Geração e isso era já o maior indicativo de que eles tratariam essa questão de viagens temporais. No próprio Vingadores: Ultimato em si, vários outros filmes que usam o tema de viagens no tempo em si são citados pelos personagens. Mas a questão é que vários filmes se apegam a diferentes interpretações da mecânica de como funcionaria a viagem no tempo. Qual delas seria usada por Vingadores: Ultimato?

Bem, deixado de lado o 'científiquês quântico' de como a Viagem do Tempo é possível, vamos usar os filmes como exemplo pra explicar que três tipos de viagens no tempo são retratadas na ficção científica. Elas basicamente se definem pela interpretação da natureza do tempo em si. Daí temos que (a) Tempo é imutável, com uma continuidade única e inalterada; (b) Tempo é mutável, pontos da história podem ser alterados e reescritos e, por fim, (c) o Tempo é fluido, e existem concomitantemente várias realidades alternativas coexistindo. Ou seja, as diferentes direções são linhas ou ramos diferentes de uma intricada malha temporal.

(a) A primeira delas propõe uma regra fixa, que pressupõe que o passado em si não pode ser alterado pelo viajante do tempo. O viajante só teria uma perspectiva diferente do que presenciou antes. Ele no caso pode até ter algum efeito na história, mas isso por regra não poderia mudar a linha do tempo pois o destino 'consertaria' o paradoxo a ser criado por ele de outra maneira. O filme Máquina do Tempo baseado no escrito homônimo de H. G. Wells mostra bem isso.  Por mais que tentasse, o viajante do tempo Dr. Alexander Hartdegen não conseguia salvar sua esposa. Afinal, o fato de ele desejar viajar no tempo era motivado pela sua morte. Se ela não morreu, ele não viaja no tempo. Contudo, se a alteração em nada mudar os acontecimentos do passado, a viagem pode ainda ter impacto no presente. É o exemplo de Star Trek 4 ao resgatar uma baleia corcunda do passado ou no episódio de Doctor Who 'Fires of Pompeii' onde uma única família foi salva da erupção do Vulcão Vesúvio.



(b) A outra teoria se baseia no fato de que os viajantes do tempo podem interferir alterando o passado, o que podem até mesmo levar a eles serem causa de alguns efeitos cruciais no futuro. Essa é a principal teoria de 'De volta para o Futuro', filme clássico e marcante sobre o tema. Nos dois primeiro filmes, ao causar mudanças no passado, sempre as linhas do tempo são reescritas. Há inclusive uma espécie de efeito corretivo em que o viajante do tempo pode ser simplesmente apagado da existência sempre que a mudança no passado comprometa sua vida antes da própria viagem do tempo em si ser feita por ele. Doutor Brown mostra em um esquema num dos filmes que a linha temporal 'Alternativa' criada pode apagar a anterior. Por outro lado, essas mudanças podem ser apenas sutis, elas podem apenas adicionar um novo elemento ou complexidade a história que antes, na história original, não conhecíamos e agora foram incorporados a linha do tempo no futuro. Esse tipo de evento pode criar um efeito de dependência da viagem do tempo para os acontecimentos acontecerem levantando o tipo de questão de "quem veio primeiro o ovo ou a galinha?". "John Connor enviou o T-800 para salvá-lo ou o T-800 salvou-o para que no futuro ele pudesse enviá-lo pro passado?".



(c) Por fim, temos a teoria mais conhecida e trabalhada em diversos filmes hoje em dia, a de Futuros Alternativos. Se você é leitor de quadrinhos dispensaria qualquer explicação. Mesmo que não seja, pegue qualquer episódio aleatório da série do Flash e acompanhe e não demorará muito para entender. Nessa teoria, o tempo é fluido, e todas as possibilidades acontecem ao mesmo tempo. Ou seja, o viajante do tempo ao criar um efeito que gere algo diferente da história que conhecia estaria na verdade apenas optando por um ramo diferente na linha do tempo, uma versão alternativa dos fatos. Geralmente as duas (ou mais) realidades continuariam a acontecer concomitantemente. Sendo assim, ao mudar o passado, ao invés de corrigir sua linha do tempo, o viajante apenas estaria lançando uma nova possibilidade  na malha de possibilidades de um 'Multiverso'.

MAS QUAL TEORIA É A QUE VEMOS EM VINGADORES: ULTIMATO?

Bom, desde que saiu o filme do Doutor Estranho por aí, o conceito de Multiverso era mais esperado na Marvel dos cinemas. Portanto, de antemão, eu diria que a mecânica do UCM deve seguir a mesma dos quadrinhos em si. A ideia é que existam por aí diversas realidades diferentes onde os heróis tomaram decisões diferentes e que tenham caminhos muito diferentes do filme. O filme mostra a probabilidade de ser realmente isso em vários momentos da discussão. Talvez o mais claro para se entender isso é quando Banner conversa com a Anciã, personagem de Tilda Swinton no filme.

Contudo, cientes do perigo de se mexer com o tempo e criar essas linhas alternativas bagunçando a própria cronologia, a proposta dos heróis é que as seis jóias do infinito sejam apenas momentaneamente resgatadas de pontos chaves da história do UCM (mostrada em diferentes filmes) e prometem devolve-las quase que instantaneamente para o momento e que foram retiradas depois de usadas no futuro, no ano de 2023. Seria uma mudança imperceptível como retirar uma só 'baleia' do passado, nada que comprometesse de fato aquela linha do tempo. Contudo, o que vemos em Vingadores: Ultimato é que nem tudo sai como esperado, há alguns imprevistos no decorrer do caminho, cria-se 'alternativas' da história do UCM, mas no final os heróis acabam dando um jeito de acertar as coisas. Eles conseguem seu objetivo de usar a joias para reverter o arrebatamento de Thanos e devolvem cada uma delas para seu lugar no final.

Ainda assim, há mudanças feitas, algumas sutis e outras nem tanto, principalmente no que acomete o personagem do Thanos, Gamora, Loki e, mais tarde, Capitão América. Não observamos nenhum efeito corretor, a história não é reescrita, as lembranças não são apagadas. É como se tivessem sido criadas realidades paralelas (c), mas apenas por um momento, somente em determinados pontos da linha, pois como vimos as joias foram devolvidas aos seus lugares no final. Como isso é possível? Bem, a explicação mais provável é que essa linha mexida em Vingadores: Ultimato passou a ter alças temporais para esses eventos pontuais no tempo. E essas alças só existem na perspectiva dos Vingadores viajantes do futuro. Em termos de cronologia, tudo aconteceu como vimos nos filmes originais ainda. Eles precisam acontecer para que a própria necessidade da viagem do tempo exista. E ao mesmo tempo, o eventos alternativos de Vingadores: Ultimato também passam a existir. Confuso? Calma que vamos destrinchar isso!

O QUE SERIAM ESSAS ALÇAS TEMPORAIS AFINAL?


Uma das coisas complicadas sobre viagem no tempo é lidar com paradoxos. A maneira mais simples e fugaz para lidar com eles é por uma regra que proíba de existir os paradoxos (como na teoria a). Contudo, no caso de Vingadores: Ultimato, ao invés de uma regra impositiva do destino, os paradoxos são lidados com eventos pontuais alternativos que acontecem ao mesmo tempo na linha cronológica do UCM e esses eventos que acabam se tornando dependentes um do outro. Eles formam um tipo de alça (um caminho alternativo), e não existiriam se o evento original fosse apagado da linha do tempo.

Vejamos um exemplo base e bem geral...

No plot principal do segundo ato do filme, Os Vingadores viajam no tempo para resgatar as Joias do  Infinito num tempo antes de serem destruídas e desfazer o arrebatamento do Thanos levando-as de volta a 2023. Contudo, na viagem ao passado de 2014, o Thanos daquela época descobre os planos dos Vingadores e arma sua própria viagem no tempo para 2023 para impedir os heróis. A nova versão dos fatos é bem diferente daquilo que aconteceu e que vemos nos filmes anteriores, mas ao mesmo tempo é completamente dependente deles.


Para que o Thanos do passado de Vingadores: Ultimato decidisse viajar pro futuro, foi necessário que ele descobrisse que os heróis voltaram no tempo para desfazer sua vitória. Ao mesmo tempo, para os heróis voltarem no tempo, é necessário que ocorra uma linha temporal em que o Thanos do passado  nunca descobriu que houve a viagem no tempo feita por eles pra que tudo transcorra como foi na sequência dos filmes (Guardiões da Galáxia e depois como em Guerra Infinita). Ou seja, as duas coisas existem ao mesmo tempo, mas elas somente existem na perspectivas dos viajantes do futuro que saíram do ano de 2023. Não há viagem no tempo sem a vitória do Thanos e destruição das joias em 2018. Não há Vingadores: Ultimato sem Vingadores: Guerra Infinita.



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Apesar desse acontecimento alternativo duplo, o desfecho da história é o mesmo, pois ao final do filme o Capitão América se compromete em devolver as jóias do infinito para seus lugares e momentos exatos de onde foram tiradas. Então, até mesmo esse Thanos do passado de Vingadores: Ultimato na verdade nunca descobrirá o plano dos heróis se Steve devolveu a joia do poder antes dele se dar conta do sumiço dela. Para todos os efeitos, ele e as ações dele só existem na perspectiva dos acontecimentos dos heróis de 2023.

Contudo, apesar dos cuidados tomados pelos Vingadores viajantes do tempo no filme, não podemos dizer que as linhas temporais ficaram completamente incolúmes. Fica evidente pra quem assistiu o filme que alguns rastros foram deixados e, pelo menos, três personagens se tornam anomalias temporais que vão ter repercussões na cronologia da Marvel daqui por diante. São eles: O Loki de 2012, que foge com a Joia do Espaço, e que deve ter uma história própria em sua série. A Gamora de 2014, que saiu da alça temporal alternativa, cuja linha do tempo foi corrigida quando o Capitão retornou a joia, e que está por aí agora em 2023 tomando o lugar da Gamora morta. E o Steve Rogers, que depois de devolver as joias, decidiu desobedecer as instruções, ficar no passado para viver com a Peggy Carter ainda jovem, e passar esse tempo todo escondido dos holofotes até finalmente se revelar já velho para todos em 2023.

MAS VAMOS ACOMPANHAR O PERCURSO DAS VIAGENS TEMPORAIS FEITAS NO FILME E NÃO DEIXAR DÚVIDAS... 

A melhor maneira de tentar explicar a trajetória desses percursos das viagens do tempo é seguir um tipo de organograma de setas, mais ou menos parecido com o que Anciã criou na conversa que teve com o Doutor Banner na cobertura do Sanctum Sanctorum. E o caminho seguidos pelas joias é o mais fácil e simples de se acompanhar. Como vimos no filme, as seis Jóias do Infinito que foram recolhidas e usadas por Thanos em Vingadores: Guerra Infinita foram destruídas 22 dias depois pelo Titã Louco. Assim, não havia risco de sua vitória ser desfeita ou pior, as jóias serem usadas para um mal maior.

Cinco anos se passaram até os Vingadores verem no retorno inusitado de Scott Lang um meio de usar as joias retiradas de diferentes momentos da linha temporal da história do UCM para serem usadas em 2023 e reverter a arrebatação de Thanos. O Homem-Formiga chamou de 'assalto temporal', e no plano original, depois de usadas, cada joia seria devolvida a seu tempo e lugar sem prejuízo. E isso aconteceu até em alguns casos, mas para quem viu o filme sabe que imprevistos acontecem. E esses imprevistos acabam gerando desvios, caminhos alternativos e até mesmo as  alças temporais citadas por mim acima. Mesmo sendo confuso explicar, eis que me meti a tentar gerar um tipo de organograma das diferentes situações do filme em que se desenrolam os eventos da segunda e terceira parte de Vingadores: Ultimato. Tente acompanhar as setas:

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Durante a execução desse plano, a maioria das equipes acaba se saindo bem sucedida evitando o máximo de se criar desvios da história original e que façam surgir ramos na linha do tempo com direções diferentes. A exemplo da Joia da Realidade, o Thor quase revela a sua mãe sobre a morte dela, mas a própria Frigga parece estar um pouco ciente da situação e evita que o filho abra a boca demais e mude o seu destino. Já a joia do Tempo, apesar da preocupação inicial da Anciã, é entregue de bom grado ao Hulk num voto de fé que a Maga Suprema dá ao saber que tudo pode ter sido um plano maior de Stephen Strange, seu futuro discípulo. Na busca da joia da Alma, temos a perda de um dos heróis, mas nada da linha do tempo foi comprometido. Contudo, não podemos dizer que todas as missões foram perfeitas e algumas resultaram em até um risco na integridade daquela linha temporal e tiveram que ser resolvidas do modo mais criativo possível.

Ao final do filme, todas as joias são devolvidas em novas viagens no tempo para seus respectivos lugares e momentos. Isso não é mostrado em tela, mas devemos supor que elas foram retiradas e colocadas no mesmo lugar sem o mínimo de interferência na linha do tempo. Pra efeitos da perspectiva de cada época, foi como se quase elas não tivessem sumido e tudo transcorreu como aconteceu nos filmes originais. Bem, quase tudo.

Há uma joia que acabou sendo roubada por Loki na intromissão da viagem do tempo feita em 2012. E esse é um problema grande, pois os vingadores viajantes do tempo ao invés de se preocupar em tentar achar o vilão e o Tesseract preferem ir mais além no passado e retirar a joia em outro momento da linha temporal. O que aconteceu então com o Loki?

Bem, a maior aposta não só minha como a de muita gente é que será tudo explicado na série do Loki prometida pro ano que vem no sistema de streaming novo da Disney+. Não sabemos nada do enredo ou da trama, mas eu apostaria bastante que veremos as desventuras dessa versão 'loose' do Deus da Mentira por aí. Mas a grande questão é: se os heróis não sentiram grande alteração na linha temporal, seria lógico entender que Loki de alguma forma foi recapturado e a joia do espaço levada para o cofre de Odin em Asgard onde ficou até Thor: Ragnarok, certo? Se não for isso, temos um problema maior com uma ramo alternativo de outra linha do tempo ocorrendo aí. É esperar a série e ver o que pode acontecer.



Só que Loki não é o único desvio inusitado que acontece na linha do tempo do UCM com os eventos de Vingadores: Ultimato. Ao final do filme, descobrimos que o Capitão América, aquele que ficou encarregado de levar cada uma das seis joias para seu devido lugar e momento na linha cronológica do UCM decidiu desobedecer as orientações iniciais dadas pelo Hulk. Após fazer várias viagens seguidas para 2014, 2013, 2012 e 1970, nesta última parada opta por se aposentar da vida de herói dando uma chance única para ele mesmo ao ficar e viver com a Peggy Carter, seu grande amor através do tempo.



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Há algumas questões a serem levantadas aqui. A primeira delas é em que momento do tempo Steve decidiu ficar. Isso não fica claro. Ele poderia ter já decidido se juntar a ela nos anos 70 ou ir um pouco antes, mas não muito pois os eventos da série da Agente Carter ocorrem em meados dos anos 50. A outra questão é que para não ocorrer nenhuma alteração drástica nos acontecimentos até ali, Steve Rogers teve que viver todo esse tempo escondido e só se revelou, já bem envelhecido, no momento do tempo em que sua versão jovem deixou 2023 para o passado. Assim, não haveria risco nenhum de sobreposições ou mesmo dos amigos tentarem o impedir de fazer isto. 

Ter vivido esse tempo todo no passado, principalmente quando sua versão mais jovem foi descongelada em 2012 e começou a circular por aí, requeriu que ele vivesse sempre anônimo. Provavelmente, só a Peggy Carter e alguns poucos saberiam de sua existência ali. E como os filmes nunca deram detalhes sobre a vida amorosa da Agente Carter pós-Segunda Guerra Mundial, é tudo um campo aberto pra nossa imaginação trabalhar. Apesar de viver às sombras, provavelmente nada impediria que o Capitão agisse disfarçado por aí... como um Vingador Secreto (o que seria um bom paralelo aos quadrinhos). E se formos mais longe na imaginação, sendo um cara com uma traje que viaja no tempo, quem sabe quantas coisas por aí Steve Rogers fez paralelamente em qualquer ponto do tempo do UCM.

O último problema causado por essa viagem no tempo dos heróis, o mais notório e que causa a maior anomalia de todos aí, é a vinda dos vilões para o ano de 2023. No ano de 2014, a Nebulosa viajante do tempo foi capturada por Thanos e assim o Titã louco do passado, alguém muito menos cauteloso que sua outra versão que conhecemos em Guerra Infinita, decide viajar no tempo e levar junto a Gamora e Nebulosa do Passado, assim como a Ordem Negra e todo um exército (inclusive com novas criaturas que não conhecíamos antes). Isso por si só já daria um imbróglio daqueles. Mas a coisa vai além, o Thanos do passado, junto com a Nebulosa do passado, Ordem Negra e todo o seu exército, viram poeira no futuro e deixam de existir. Somente a Gamora do passado sobrevive, mais ainda em 2023.



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Então, caímos num grande problema de paradoxo temporal aqui. Afinal, se o Thanos do passado morreu, ele nunca poderia coletar as jóias e executado seu plano em 2018 na Guerra Infinita. Mas se ele nunca venceu e nunca exterminou metade da vida no universo, também não houve necessidade da viagem do tempo dos heróis. Só que se os heróis não viajam no tempo, voltamos ao ponto em que o Thanos do passado não morreu. Essa mesma situação é extrapolada para caso da Nebulosa e da Gamora que viajam do passado para o presente.

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Esse paradoxo é somente resolvido entendendo que esses dois eventos temporais acontecem ao mesmo tempo. E como já expliquei acima, diferente de uma linha temporal a parte, há uma alça, pois os dois eventos tem que ocorrer para as coisas de fato aconteçam na perspectiva que vemos em Vingadores: Ultimato. Eles sempre tem que ocorrer assim, são dependentes. E são uma alça, porque o começo e desfecho são os mesmos, com dois eventos divergentes entrelaçados entre o período de 2014 e 2023. 

Se você chegou com a leitura até aqui, então deve estar já um pouco tonto até com todas as possibilidades e elocubrações feitas até aqui. É normal dar um nó na cabeça com esse tema. O conceito de tempo e de andar através dele de uma maneira fluida, diferente da unidirecional na qual estamos acostumados a viver no nosso dia a dia, chega a ser até surreal até. E é por isso que é um tema tão intrigante. A Marvel abriu uma porta maravilhosa explorando esse tema em Vingadores: Ultimato e uma vez que já demonstrou querer fazer filmes em vários momentos diferentes da cronologia do UCM, talvez o conceito volta a ser explorado de um jeito criativo mais uma vez por aí. E quem sabe até, essas intromissões temporais não sejam o prenúncio de um certo Conquistador viajante do tempo surgir em breve. Alô, Kang, estamos falando de você.

A discussão não para por aí! Temos novas informações na Parte II. Clique aqui!

Coveiro

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