Uma semana depois de House of X finalmente estrear, chega nas lojas a primeira edição de Power of X, a segunda minissérie mutante capitaneada por Jonanthan Hickman que pontuará o novo marco da história dos mutantes daqui pra frente. Não muito diferente do a edição da semana passada trouxe, 'Powers of X' (ou de 10, como chamou a atenção de Hickman) é densa, traz tanta informação em 44 páginas que mal podemos dar conta de entender tudo numa lida só e ainda complementa situações vistas em House of X #1 que deixam as histórias ainda mais intrigantes.
A primeira coisa que devemos explicar aqui é finalmente o que significa 'Powers of X'. Não tem nada a ver com 'Poderes Mutantes' como queríamos acreditar a princípio. Refere-se na verdade a 'Elevado a potência de 10'. No caso em questão, essa 'potência de 10' está ligado as quatro eras dos X-Men que aparentemente a série irá tratar. O primeiro quadro da história deixa isso tudo muito evidente.
Portanto, X° refere-se ao que Hickman considera o Ano 1 dos X-Men. X¹ É 10 anos após a criação dos X-men. X² seria 100 anos adiante a criação dos X-Men. Por fim, X³ equivale a um milênio adiante. Temos então a visão de dois Professores Xavier em momentos diferentes de sua vida. Um Nimrod, o Sentinela do Futuro que deu tanto trabalho já aos mutantes nas histórias dos anos 80 e volta aqui a ter destaque. E, por fim, um ser azul que mais pra frente será conhecido por nós como o Bibliotecário.
O começo da história traz o que poderia ser o primeiro encontro entre Charles Xavier e Moira McTargett numa daquelas 'Feiras' de aberrações famosas no século passado nos EUA. Contudo, há de estranho ali. Há referências a personagens que são do futuro em dados quadros e na conversa dos dois, fica evidente que enquanto aquela Moira parece conhecer exatamente quem é Xavier, Charles não faz a mínima ideia de quem é a moça. Moira o provoca citando sobre o seu 'sonho' e Xavier então decide ler a mente de McTargett para saber o que de fato está acontecendo. Por enquanto, o que ele descobriu vai ficar na incógnita pra gente até daqui a duas semanas.
Então, avançamos no tempo em 10 anos. Temos então o momento exato onde Mística e Groxo escapam do Quarteto Fantástico e voltam pra Krakoa. São recebidos por Magneto, na parte da ilha chamada de 'Dinastia M'. E se por alguns segundos você acredita que os dois mutantes estavam servindo a Magneto apenas, certamente vai se surpreender com a chegada de Xavier. Ele, constantemente agora com seu capacete do cérebro na cabeça, pega o que parece ser um pendrive com informações roubadas pela Mística e o insere em um terminal de Krakoa. Mística está ali em troca de algumas demandas. Xavier está atrás do que ele considera a construção de um mundo melhor.
Passando agora para 100 anos no Futuro, temos uma versão mais elaborada do que seria o futuro distópico de 'Dias de um Futuro Esquecido'. Só que desta vez, não é apenas uma luta entre mutantes e humanos sob a tutela dos Sentinelas. Desta vez, as espécies dominantes são outras. Os mutantes dessa era são mais que simples seres nascidos mutantes, são frutos de uma espécie híbrida de vários mutantes engenhados geneticamente pelo Senhor Sinistro (que agora está morto). Há diferentes tipos desses híbridos, criados para funções específicas - seja combate, seja suporte. Falaremos disso com mais cuidado em outro artigo (pra mim, formado no assunto, é curioso demais pra ficar num texto simplório).
Do lado dos Mutantes-Híbridos, temos quatro figuras que são caçadas - Percival, que já está morto assim que aparece ao leitores. Cylobel, que acaba capturada; Rasputin, que é uma quimera formada a partir dos poderes de cinco mutantes; E o Padre, definido aqui como um Cardinal, que lembra uma versão do Noturno de pele vermelha. Rasputin tenta salvar Cylobel, mas a tentativa é frustada pela chegada de mais Sentinelas. Então, de volta a Krakoa daquela época, eles encontram alguns mutantes sobreviventes - Um velho Wolverine, um Magneto ou aparentemente parece com um Magneto de uniforme verde, Shen Xorn e um mutante com cara de árvore que muitos acreditam que pode ser a versão evoluida do Black Tom Cassidy. É citado ainda um 'velho', que deve ser o misterioso líder desse grupo do futuro.
No Monolito da Torre do Nimrod, Cylobel é levada e rapidamente a associam como uma ex-Farejadora, criada pelo tanque chamado Salcen Khennil. A fim de retirar tudo que ela pode saber sobre os mutantes sobreviventes. Como Cylobel irá resistir ao máximo, eis que a decisão tomada é desmantelá-la de novo em Salcen Khennil. O processo no entanto pode ser lento, demorar décadas para conseguir retirar algo de útil dela. Ela poderá ficar sofrendo ali por um século.
Antes da última parte, temos alguns apendices falando sobre colônias mutantes fora da Terra, no Império Shiar. Enquanto poucos existem ainda no nosso sistema solar. Há poucas informações ainda sobre isso, talvez com as edições mais a frente tenhamos detalhes a mais de como isso serve a história e faremos um artigo a parte sobre isso.
E eis que seguimos adiante em 1000 anos a frente. Cylobel aparece num tanque sendo mantida ainda em quase vida no que foi a Torre do Nimrod. Hoje, é chamada de Biblioteca Mutante, ou o Arquivo de Nimrod, o Grande. O Nimrod, no entanto, foi reduzido de um robozão a apenas um mero drone voador senciente. Então, temos o tal Bibliotecário, provavelmente um dos poucos mutanets daquele futuro (ou um descendente deles) de pele azul. Ele reside na cidade, que parece vazia e intocada desde a Guerra. Contudo, no meio daquele lugar, há uma redoma. Dentro dela, árvores, pássaros, vida. E um casal. Seriam os primeiros mutantes recriados?
Ótima primeira edição para instigar os leitores. Aqui, não importa quanto tempo você tem de leitura nos títulos mutantes, pois os mais velhos certamente estarão repleto de dúvidas e perguntas tanto quanto os novatos. Para todos, essa Powers of X (acho que vou começar a chamar de Potência de 10) tanto quanto House of X, vem com um baita frescor nas histórias. É uma sensação boa que há muito tempo não se tinha nos X-Men de pegar um gibi e abrir aquele sorriso de estar tendo algo genuinamente novo chegando a franquia.
Coveiro
