quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Excalibur: O Legado dos Braddock

Talvez a equipe mais improvável de mutantes a se formar desde os eventos de House of X e Powers of X, Excalibur é um título que certamente não veio para repetir as mesmisces de sempre. Tudo começa já com o impactante fato de Brian Braddock perder o título de Capitão Bretanha e ser engolfado por forças sombrias que o tornaram uma nova versão do Cavaleiro Negro a serviço da vilã Morgana Le Fay. Resta então a sua irmã, Betsy tomar não só o título mas criar uma versão diferente da primeira equipe britânica com heróis mutantes.


Com Tini Howard no roteiro, não é difícil entender por que Gambit e Vampira foram parar aqui. Escritora da mensal Sr. e Sra. X, é óbvio que ela iria arrastar esses personagens pro seu novo título e dar continuidade a história do casal. A surpresa aqui fica por conta do papel da Vampira. Durante as edições 2 a 4 que resumiremos agora, a mutante ladra de poderes está em transe e praticamente funciona como uma 'bateria' que mantém ligada o portal entre nosso mundo e o Outro Mundo (de Camelot e Avalon). Sem ter como acordá-la, a nova Capitã Bretanha decide a ir a um conhecido lugar dos leitores onde outrora existia também um portal para o Outro Mundo.

Assim, após uma carona com os Piratas 'Carrascos' de Kitty Pryde e escapar de um grupo de series da mitologia da Islândia chamadas Selkies, o trio formado por Gambit, Jubileu e Betsy consegue chegar com a desacordada Vampira numa parte da Costa de Cornualha, sudoeste da Inglaterra. E lá, como que por mágica (já que além de mutantes tudo envolve mágica em Excalibur), as flores de Krakoa que envolvia a Vampira em transe reagem com o solo e recriam uma nova versão do Farol que outrora servia de base pra o Capitão Bretanha original. E a própria Vampira, lá do alto e toda iluminada, servia como fonte de luz.


A primeira noite na nova base rende sonhos esquisitos e simbólicos dos heróis e um encontro com druidas locais que dizem acreditar no 'protetor', que seria antes Brian e agora a nova Capitã Bretanha. Esses druidas, por outro lado, antagonizam-se com  outro grupo de místicos, o Coven de Akkaba, que a serviço de Morgana Le Fay e instruídos por sua serviçal ali em nosso mundo, Marianna Stern, atacam o lugar.

Vale aqui um detalhe importante e que o leitor atento já percebeu. Akkaba estaria ligado ao lugar de nascença do autoproclamado primeiro mutante, Apocalipse. Via contato direto telepático com Betsy, En Sabah Nur explica que antes fieis a ele, esse Coven comenteu a heresia de se achar igual a Apocalipse após aprender magia. Agora, estão de lados opostos e Apocalipse em pessoa decide chegar num portal ali para lidar com eles e proteger o farol. A missão de Betsy era em outro lugar.

Assim, Elizabeth Braddock vai acompanhada de Gambit, Jubileu e do bebê dela, Shogo, para o Outro Mundo tentar salvar seu irmão Brian. De cara, assim que chegam vemos mudanças. Não só temos mudanças de roupas assim que pisam nessa era medieval mística, como o bebê Shogo vira um dragão que é essencial na luta contra as forças de Morgana Le Fay. Juntos, eles invadem o castelo da vilã, se deparam com uma legião de soldados de grande número e tem o fatídico encontro entre Brian e Betsy.


Desta vez, no entanto, Brian está inteiramente dominado por Le Fay e abraçou inteiramente o papel de Cavaleiro Negro. Mal reconhece sua irmã, chamando-a de Usurpadora. Nem mesmo quando ouve o nome de Meggan e sua filha Margareth, Brian Braddock hesita. Para Elizabeth, Brian foi completamente perdido. Cabe então a ela ocupar de vez o seu legado e ser a nova Capitã Bretanha.


Enquanto isso tudo rolava, Apocalipse continuava no Farol estudando os mistérios do portal que se abre pro Outro Mundo e o transe que prendia Vampira. Aparentemente, ele precisava de mais energia de umas pedras com "magia mutante" e para ter esse novo recurso viu que precisava de um mutante em específico. É assim que Rictor acaba se juntando ao time, ganhando ainda de brinde a cura pra seus atuais poderes mutantes descontrolados graças a En Sabah Nur.


A edição 4 de Excalibur que saiu essa semana nos EUA nos trazem então as consequências diretas de Betsy como nova Capitã Bretanha. Pete Wisdow, velho mutante inglês conhecido pelos leitores e agente do MI13, é escalado pela Rainha da Inglaterra em pessoa pra levar a nova heroína símbolo da Inglaterra  até o Palácio de Buckingham.

Fora do Palácio, uma multidão raivosa como nunca reagia as recentes descobertas de que uma MUTANTE era a nova Capitã Bretanha. Com a situação delicada de Krakoa, os humanos estavam cada vez mais viscerais. E aparentemente, o Coven de Akkaba também teria um papel por debaixo dos panos de incendiar a paranoia no povo seguindo os planos de Morgana Le Fay em atacar os mutantes (ou como ela chamada, as Proles de Bruxas). Gambit, cada vez mais sem paciência, junto com Jubileu e Rictor chegaram a entrar em choque com a multidão, mas não demorou pra Pete Wisdow, a Capitã Bretanha e a polícia chegarem e por ordem em tudo.


De volta ao Farol, a equipe reuniu-se e viu que tinham problemas imediatos a tratar. Aparentemente, a pedido da Rainha, a nova Capitã Bretanha deveria decidir publicamente se era uma cidadã e heroína de Krakoa ou da Inglaterra. E deveria acertar os ponteiros com o tal Coven de Akkaba. Já Apocalipse, decidido a resolver de vez o problema da adormecida Vampira, envia Gambit e Rictor as profundezas da Terra numa missão em busca de certos 'cristais' específicos. Oficialmente, a equipe do Excalibur estava de volta.

Nesse interim, Jubileu e Shogo que circulavam no pedaço Krakoniano da Cornualha encontraram-se com Meggan e Margareth, ambas ainda atordoadas com tudo que aconteceu com Brian. Fora isso, ainda se deparam com o insano irmão mais velho dos Braddock, James, que decidiu viver "pacificamente" por ali pelos arredores também.

Já nas profundezas das Moorlands daquela parte da Inglaterra, Gambit e Rictor procuram a tal pedra de energia 'mágica mutante' que segundo Apocalipse foi feita dos ossos dos primeiros ancestrais deles ali. O que não esperavam é que o local fosse protegido por um bando de Druidas subterrâneos. Após um conflito inicial, Rictor é recebido por eles como uma espécie de Druida também, com poderes ainda maiores de ligação com a Terra. Eles até concedem de bom grado o cristal que Apocalipse procura. Já Gambit não tem a mesma sorte e é atacado pro eles por ser o ladrão que é.


Então, temos no final da revista o encontro nada amistoso entre a Betsy, Pete e os dirigentes do Coven de Akkaba, Marianna e Reuben. Ambos mostram-se dois provocadores anti-mutantes, reclamando inclusive que Akkaba é um lugar importante para os humanos antes mesmo de Apocalipse nascer. O plano de ambos, no enanto, se mostram ainda maiores. Enquanto estava ocupada, a nova Capitã Bretanha mal percebeu que o portal aberto pro Outro Mundo tinha duas vias. E assim como ela entrou, criaturas místicas do outro lado estão neste momento invadindo a Inglaterra.

Com monstros a solta, o Coven de Akkaba vai acusar a nova Capitã Bretanha como culpada. Assim como era dever de Brian, ela teria que ter impedido que essas ameaças chegassem. Ela não teria a mesma sabedoria do irmão ainda e portanto falhou na missão e não passa de uma usurpadora, alguém que estava mais ocupada com as questões de seus amigos mutantes do que com o bem da Inglaterra.




A situação parece ruim, mas a verdade é que Betsy não está sozinha. Enquanto mais monstros passam pelo portão da Cornualha, Apocalipse anuncia que tem um plano. Ele e Vampira, que aparentemente desperta de seu transe neste momento.

Bom, não podemos negar que a coisa não para na revista. É tudo meio insano, e se distancia bem das questões mutantes, mas essa sempre foi a posição da Excalibur. Desde as histórias originais produzidas pela Marvel UK, com Cris Claremont e Alan Davis, esse time esteve dançando entre o Fantástico e o Mágico. Goste ou não, Tini Howard e Marcus To conseguiram acertar bem esse antigo 'feeling'.

Coveiro

comments powered by Disqus