segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Homem de Ferro: Nova fase e uma volta as raízes

 Com o fim da minissérie do Homem de Ferro 2020, encerrou-se também a fase não tão long de Dan Slott e Christos Gage sob a batuta do ferroso. Quem assume em seu lugar é Christopher Cantwell, que já vinha fazendo um serviço pra Marvel na revista mensal do Doutor Destino. Mas qual será os planos que ele reserva para o Tony Stark agora que reconquistou seu lugar de direito como o Homem de Ferro? Voltar ao básico. Ou seja, ao Ferro no Homem de Ferro.


Cantwell começa sua história com uma frase de Buckminster Fuller, que diz que "a humanidade está adquirindo tecnologia por toda as razões erradas". Daí segue com algo sutil antes da cena de ação. A frente de uma loja onde se vende tablets, uma garota que quer ganhar uns trocados tocando violino na rua é expulsa da calçada. Logo depois, o Homem de Ferro estoura a vidraça do lugar enquanto luta contra Terrax. Ao mesmo tempo que luta, Tony Stark faz algumas compras no mercado financeiro e termina o combate empurrando o ex-arauto de Galactus num satélite na órbita da Terra. Na internet, um monte de clientes da COM-TV odeiam agora Tony Stark porque vão ficar sem internet por um tempo.

Dias depois, Tony Stark dá uma declaração na TV de que estará se afastando da mais alta tecnologia do momento pra voltar a suas raízes. Ele também está se desfazendo de parte de seus investimentos, o que causou um turbilhão na bolsa no dia. A reporter então quis saber se tudo aquilo era um tipo de dor de consciência de Tony por suas invenções terem matado pessoas no meio do caminho.

Na manhã seguinte, Stark deixa sua mansão em Malibu e manda o amigo Jim Rhodes empacotar tudo. Isso inclui suas armaduras mais avançadas expostas lá. Após se livrar do celular, Tony Stark segue numa viagem através do pais com Glory Grant, que não vai só escrever um artigo pro Clarim Diário, mas sim fazer um livro inteiro sobre Tony Stark. No caminho, batem o carro e Tony decide mais uma vez ir ainda mais fundo no básico. Compra um 1978 Dodge Aspen, tem que se acostumar com o transito de Nova York e ainda decide morar num apartamento simples na Amsterdam Avenue. Ah, e o relacionamento que ele começou a ter com Janet Van Dyne na fase do Slott já era. Eles acabaram.

É uma baita virada na vida do ricaço Tony Stark até agora. Mas ele quer sentir ainda mais a adrenalina no momento e até vai atrás de apostar alto numa corrida de carros com seus Dodge novo. É lá que ele conhece Halcyon, um novo personagem surdo e bom demais no volante. Perdeu, obviamente. E ficou muito admirado como o garoto sequer piscou na disputa. Talvez essa não seja a última vez que o vejamos nas páginas dessa revista.

Uma coisa que Tony Stark não abandonou foram as festas. Organizou uma em Nova York e acabou esbarrando com uma velha conhecida, Patsy Walker, a Felina. A vigilante está curiosa sobre o que Stark anda tramando, mandando mensagens dúbias com essas mudanças de vida. Tony simplesmente repete que não tem nada demais, é tudo um movimento sincero. Curiosamente, os dois são interrompidos nessa hora por Fuller Tielhard, interessado que Stark lhe escute sobre um projeto. Apesar de ter dispensado a todos até então na noite, Tony o escuta. Ele então fala sobre "captura de relampagos" como um meio alternativo de energia livre e renovável. Tony ficou pra pensar e dispensou rapidamente Tielhard.

Levando Patsy pra garagem de seu prédio, a conversa continua com a modelo ainda acreditando que aquilo tudo possa ser só uma crise de meia idade de Tony. Então, ele a mostra sua nova armadura, desta vez dentro de uma maleta como antigamente. E nada de nanotecnologia. Tony teve que montá-la como antigamente. De volta ao básico. Patsy acha que é algo meio Vintage.

Os dois decidem então vestir os uniformes e dar uma de "perdidos" na festa. Juntos, ganham a noite de Nova York. Tony tinha preparado uma armaçaozinha pra seus convidados. Um pulso eletromagnetico fritou o celular de todos, deixando todos literalmente no escuro no salão. Agora podiam falar entre si.  No teto do prédio, Tony confessa que anda confuso com tudo, com ele mesmo e a ideia de voltar ao zero é para voltar a saber quem ele é. Talvez consequências da confusão toda de ele achar que não era de fato Tony Stark neste corpo desde os eventos da Guerra Civil 2?

A conversa é interrompida quando Tony percebe uma movimentação estranha na biblioteca nacional. Os dois heróis vão investigar e encontram-se com um vilão das antigas, o Unicórnio. Ele roubou apenas um livro e se preparava pra fugir de helicóptero quando foi abordado. O vilão está confuso, dizendo que serve apenas ao "Outro", com se fosse um deus monoteísta. Quando finalmente derrotam o Unicórnio, percebem que ele roubava uma bíblia de Gutemberg, uma das mais raras do mundo. Nesse instante, um raio atinge do nada o Homem de Ferro e destrói o exemplar da bíblia.

Sim, um relâmpago. Não deve ser algo a toa. E curiosamente a edição acaba focando-se no rosto do homem chamado Fuller Tielhard. Parece ter um ar divino por trás dele. Será um mistério pras próximas edições.

Talvez não seja a mudança esperada que os leitores queriam pra o Homem de Ferro, voltar ao básico logo depois de ter uma armadura tão louca totalmente holográfica no final de Homem de Ferro 2020, mas Chris Cantwell parece ter um plano bem maior pra suas histórias. Começa interessante e dando uma boa chacoalhada na vida do Tony e do Homem de Ferro. O artista que o acompanha, Cafu, faz um excelente trabalho aqui e até mesmo remete um pouco a fase elogiadíssima de Salvador Larroca nas revistas do ferroso.


Coveiro

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