quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O que rolou em X/4? Franklin Richards decidiu entre os X-Men e o Quarteto Fantástico.

Se as coisas já não estavam muito amistosas entre os Mutantes e a Família Fantástica na edição #1 da minissérie X-Men+Quarteto Fantástico (como vimos anteriormente), imagina só quando os Richards descobrirem que seus dois filhos foram levados (mesmo sem conhecimento) por Kitty Pryde e seus Carrascos para as garras de um dos maiores vilões da Marvel, o Doutor Destino. E é disso que vamos falar neste artigo, reunindo as edição 2, 3 e 4 dessa minissérie publicada durante esse tempo que o site ficou desativado.

Outrora aliados, X-Men e a Família Fantástica estavam a um pé de uma guerra declarada. Os Richards de um lado ligavam para Krakoa acusando Ciclope e os demais de terem raptado as crianças. Do outro lado, o Conselho da Ilha Mutante procurava pelo recente desaparecimento de Katherine Pryde e sua equipe no Oceano Pacífico temendo que eles tenham algo a ver com o sumiço das crianças. A situação entre os dois lados acabou se indispondo ainda mais quando Susan e seus companheiros entraram de forma invisível na nação mutante e espionaram Xavier, Magneto e os demais. Mal sabiam eles que a briga entre eles iria levá-los a um confronto com Destino.

Ao tentar recuperar mutantes numa ilha desconhecida, Kitty e sua tripulação esbarraram em território Latveriano, a imaculada "Ilha Destino". Foi lá que Victor levou todos os seus 'Homo superiores' latverianos para viver e assim tirar o foco de qualquer ataque inadvertido na Latvéria do continente. Ainda assim, Victor Von Doom não estava dispostos a se desfazer de seus cidadãos especiais e deixá-los simplesmente partir para Krakoa. Assim, o Doutor Destino fez uma contra-proposta para Pryde caso não mexesse em seus mutantes. Victor se dispôs a ajudar Franklin a consertar seus poderes. Afinal, havia um sabor especial em provar que ele conseguiu fazer o que seu arqui-inimigo foi incapaz - salvar o próprio filho.

X-Men e Quarteto Fantástico seguiram em confronto por todo o caminho até finalmente chegar as coordenadas onde o barco d'Os Carrascos foi visto pela última vez. As animosidades só pararam quando os dois lados se depararam com Victor Von Doom. Apesar das objeções, Reed nada pode fazer pois tanto Franklin quanto Valeria concordaram em receber a ajuda de Destino. Do outro lado, mesmo com a relutância de Magneto, o acordo que Katherine Pryde fez foi honrado e os mutantes da Ilha Destino não seriam levados. Cabia apenas a Reed Richards (junto com o Fera) acompanhar o procedimento que seria feito no filho para saber se era seguro. E de fato, Destino parecia saber o que fazer. Como sempre um passo a frente e entendia de onde vinha a fonte de poder ilimitada (de outra dimensão) gerada por Franklin. Era um estudo similar e até um pouco avançado da Dra. Rachna Koul, que as definia essa fonte de poder como "Poder de Deus". Destino preferiu usar o termo "Particulas Von Doom".

Se por um lado tudo parecia bem no que competia aos experimentos com Franklin, Victor Von Doom começou a suspeitar das reais intenções de Charles Xavier em sua ilha, mesmo depois de negado que os mutantes latverianos pudessem ir a Krakoa. Destino reconhecia-os como nação independente, mas acha um insulto essa postura de 'espécie superior'. Pra piorar a situação, Magneto, Emma, Wolverine e Susan desobedeceram as instruções dadas e foram espreitar como se portavam os mutantes cidadãos da Ilha. Foram recebidos com temor, Krakonianos que são inimigos da Latvéria. Isso acabou disparando uma série de salva-guardas, aparentes 'Destinobôs' atacaram, mas quando Wolverine enfiou a garra em um deles descobriu que se tratava de mutantes dentro deles manipulados a obedecer sem hesitar.

A morte do mutante no destinobô fez toda a trégua entre os lados ir por água abaixo. Destino imediatamente lançou sua versão de Sentinelas-Destinos sobre os mutantes ao mesmo tempo que Susan e Kitty invadiram o laboratório para interromper os experimentos de Franklin. Já não havia mais confiança de que Destino estava sendo altruísta ali e se ele era mesmo capaz de salvar o garoto nunca saberemos. Com a ajuda mais uma vez da Kitty, Franklin se liberta da máquina e ainda com seus poderes alcança os céus e detona todos os Sentinelas-Destinos. Agora só como holograma, Victor Von Doom expulsa todos de sua ilha, acusando-os de terem infringido inúmeras leis em solo latveriano e ainda condenando Franklin a um perigo muito maior por ter parado o procedimento de seu experimento no meio.

No fim, todos percebem de cabeça mais fria que não deveriam ter se excedido. A 'guarda' de Franklin é então praticamente dividida. Uma vez que Krakoa é capaz de criar portais instantâneos para qualquer lugar, o garoto poderia conviver e compartilhar mais com seus compatriotas mutantes em Krakoa e em questão de instantes cruzar um portal para almoçar ou jantar em casa na Rua Yancy. De certo modo, McKoy descobriu que usando a energia krakoniana, os poderes de Franklin não pareciam se perder tão rapidamente como fora dela. Já Valeria, em uma das conversas privadas com seu 'Tio' Destino, revelou que percebeu que durante o experimento com Franklin, Victor Von Doom enviou um tipo de 'minisonda' pra onde quer que seja a outra dimensão que dê poderes ao Franklin. Por fim, a edição termina com Charles Xavier e Magneto fazendo uma visita ao Doutor Richards e simplesmente 'apagando' de sua mente a capacidade dele criar de novo o dispositivo que 'camufla' poderes mutantes que ele colocou em seu filho. Reed lembrara de tudo, mas será incapaz de repetir o processo e estará avisado a nunca mais recriar o Code-X.

De leitura agradável e fácil, o mérito todo dessa minissérie vai para o roteirista Chip Zdarsky, sempre habilidoso em construir relações entre os personagens. Aqui, ele sempre que pode remonta a situações que vimos na minissérie original dos X-Men e Quarteto Fantástica publicada no século passado. Por outro lado, é notório que o casal de artistas Terry e Rachel Dodson estavam com algum problema sério de prazo. A cada nova edição a arte parecia mais atropelada e mal cuidada, infelizmente. Ao menos, as capas mantém o estilo formoso pelo qual a dupla ficou conhecida.

Coveiro

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