quinta-feira, 24 de setembro de 2020

X de Espadas: Pecados do Apocalypse - Parte 1

 


Os dois prelúdios que vimos até aqui já mostravam que esse novo evento mutante seria de fato algo grande. Mas certamente quem pegou as páginas de X of Swords: Creation, primeiro capítulo de tudo isso, se surpreendeu ainda mais com a magnitude e o escalonamento que a história já tomou de partida. Se você busca aquele ritmo alucinado que Jonanthan Hickman deu a Infinito, Times Run out e Guerras Secretas nas páginas mutantes, vai encontrá-lo aqui. E vai ser divertir ainda mais, ouso dizer. 

Algo não parece certo logo de cara nessa história. Há um ataque na Torre de Vigilância Del Di'Loor, no reino de Dryador, no Outro Mundo. Os quatro Cavaleiros de Arakko, filhos de Apocalipse, comandam um exército pra atacar o lugar. Mas são demônios de Amenth que eles estão liderando. Antes de tombar, o Rei de Dryador envia sua espada com um emissário para Opal Luna Saturnyne afim de avisá-la do perigo. Contudo, antes de conseguir fugir, o garoto é atingido por uma flecha que o deixa doente. Antes dele morrer, o recado é dado a tempo para Majestrix Omniuniversal - A Torre foi Tomada, Arakko caiu.

 
A pedido da Majestrix, Quo, Ryl e os súditos mais fieis da Cidadela são enviados a um lugar perdido no espaço e no tempo, sacrificam uma criatura estranha presa no que parece ser uma estrela e usam sua massa para servir de forma para um artefato mágico, um tipo de olho mecânico. Com ele, usando cartas de Tarot extremamente especiais, Saturnyne consegue ver o que o futuro relacionado aquele evento lhe espera. 

Cinco cartas são puxadas. Julgamento, com a imagem de Apocalipse e seu neto Conjurador a frente do Portal X-Terno. Quatro de Paus, destacando os Cavaleiros de Arakko, filhos de Apocalipse. O Homem Enforcado, destaca Apocalipse, que levará uma equipe com ele através do Portal. Oito de Copas, traz uma imagem dividida de Genesis e Aniquilação. Por fim, o Dez de Espadas, com 10 X-Men armados com lâminas. Curiosamente, do mesmo jeito que Saturnyne tirou essas cartas, a mutante Marie-Ange Colbert, a Tarot, tirou insistentemente essa sequência esses dias. Talvez, no entanto, não tivessem cada uma a mesma dimensão das revelações daquela sequência. O material extra mostra bem isso. 


E bem no começo desta edição, temos o resultado da exploração do Conjurador, Banshee e Unus ao atravessar o Portal X-terno no Ponto Arakko, em Krakoa. O trio foi atacado, com Unus capturado, Banshee ferido quase que mortalmente e o Conjurador contando como foram atacados de surpresa assim que chegaram do outro lado. Apocalipse decidiu que era hora de levar a questão até o Conselho Silencioso de Krakoa. 

De cara, En Sabah Nur não teve suas ideias bem recepcionadas. Alguns reclaram que ele construiu aquele portal sem autorização de ninguém dali, apesar de ele falar que portais tem sido erguidos por vários mutantes e nem sempre foram requisitados naquele conselho. Após expostas suas colocações, os membros dos Conselhos se dividiram sobre o que fazer, mas a maioria votou a favor de fechar de novo permanentemente o portal. Contudo, Krakoa se manifestou pela primeira vez via Cifra e afirmou que ela é no final a terra onde eles pisam e ela não aceitaria que o portal fosse fechado. Xavier tentou convencer a ilha viva dos perigos, mas Krakoa apesar de considerar boas as colocações, disse que o portal continuaria aberto até ficar claro que uma grande ameaça atravessaria ele. 


Magneto descaradamente se irritou com Apocalipse, que contava já com a posição da Ilha independente da decisão do Conselho. O que Apocalipse fosse fazer a partir dali, seria no entanto algo sem consentimento e benção do Conselho. Reuniu então alguns voluntários como Destrutor, Polaris, M, Rictor, Pedreira, Fera, Syrin (que queria vingar o pai) e Arcanjo, que decidiu ficar de olho ainda sem confiar em En Sabah Nur. Apocalipse parecia até orgulhoso de sua 'Morte' o acompanhar, não importasse quais eram as verdadeiras motivações de Warren ali. 

Quando atravessam o portal, o grupo logo de cara enxerga o Unus sendo "crucificado" em meio ao exército de demônios. Ao longe, a Cidadela era ataca de todos os lados mais resistia. E então, Apocalipse enxergou seus quatro filhos, os Cavaleiros da Arakko. Ele e o Conjurador se aproximaram, En Sabah Nur até com um ar de vergonha se curvando por tê-los deixados para trás e demorado tanto por ter voltado. Estava tão transtornado pelo encontro que em nenhum momento percebeu que os quatro estavam ali para apunhalá-lo. Era tudo uma grande armação, onde seu neto Conjurador seria a isca para trazê-lo até ali e terem sua grande vingança. Ou seja, se você reler  o préludio da série, perceberá sutilmente que o neto distorceu a história do passado de Arakko pra ludibriar En Sabah Nur.


Ao mesmo tempo, lá em Krakoa, os irmãos Cable e Rachel Summers descobrem também a traição ao vasculhar a mente do ferido Banshee. Eles vem a imagem do Conjurador sorrindo ao encontrar os Cavaleiros e rapidamente virar-se para atacar os dois mutantes de Krakoa que o acompanhavam. Nesse momento da sondagem, os dois jovens Summers tiveram um contato rápido com Saturnyne, que colocou uma imagem na cabeça deles de um item que seria essencial no desenrolar dos eventos a seguir. Os dois vão atrás de Ciclope informar tudo que descobriram. 

A guerra estoura mais uma vez no Outro Mundo, com os oito mutantes de Krakoa tentando defender um Apocalipse ferido enquanto é levado de volta ao portal X-terno. Pedreira é a primeira vítima deles, com o Conjurador matando-o de verdade, ao atingir seu ponto fraco. Rictor é atingido por uma flecha e é arrastado dali por Syrin. Ficam para trás Alex, Lorna e Monet apenas, protegendo o portal enquanto os demais vão alertar Krakoa do outro lado. Em dado momento, Lorna tenta força a Majestrix a ajudá-los, forçando a cidadela a ser praticamente jogada no chão onde está o conflito. 

É quando a Majestrix Omniuniversal mostra quem realmente é e para o tempo. Ela ignora as ameaças dos dois lados e até mesmo reduz o Cavaleiro Morte a forma de um bebê quando ele a provoca. Após refletir e perceber que o conflito dos Cavaleiros são diretamente voltados aos Krakonianos, imagina um jeito de resolver a questão sem que os reinos vizinhos sofressem lateralmente. Foi então montado uma disputa justa, com regras, entre os dois lados. Seriam dez Campeões com dez armas especiais escolhidas de cada lado. As espadas a serem empenhadas são citadas, e a maioria delas é familiar aos leitores. Já os campeões podemos já prever pelas capas e a carta do X de Espadas. Era mais ou menos como a revelação do Tarot de Saturnyne. 

  

Já na Terra, os quatro membros da Família Summers vão até o local que Saturnyne transmitiu em forma de visão para Cable e Rachel. A princípio, não parece nada familiar, um prédio ermo abandonado no meio do nada. Tem alguns agentes da HIDRA mortos nos corredores e eles vão para plataformas que os transportam para outro ponto. Quando chegam do outro lado, encontram o núcleo que serve de fonte de energia para o complexo. Cable usa sua espada galadoriana como uma espécie de chave e então tudo se liga. Para nossa surpresa, eis que descobrimos que eles estão na antiga estação espacial da E.S.P.A.D.A., agora ativada. 


Quem viu a notícia de ontem do nosso site já sabe antecipadamente até onde essa cena aqui em especial vai nos levar. Mais do que 10 espadas, aparentemente esse evento mutante vai nos levar a uma outra espada, a E.S.P.A.D.A., antiga organização de escala interplanetária ligada a S.H.I.E.L.D. e que foi substituída depois pela Tropa Alfa. Agora que Abigail Brandt está fora dali, talvez ela prefira se unir aos mutantes ao invés dos EUA, para ter mais pode de decisão sobre o que fazer. Contudo, você deve estar se perguntando como eu sobre o que isso tem a ver com todo o conflito da Guerra de Arakko contra Apocalipse e Krakoa. É um questionamento que só vamos ter respostas mais pra frente em X of SWORDS. 

Outra coisa que vale destacar são os extras que revelam um tipo de organização do Outro Mundo. Conhecendo o Hickman, é algo que certamente temos que ter debaixo do braço ao longo da leitura desta saga. Temos reinos considerados "justos" e "corrompidos" sob a vigilância da Cidadela. Alguns nomes são familiares aí: 



A história montada aqui por Jonanthan Hickman e Tini Howard é extremamente excitante. A complexidade da trama costumeira de um lado é balanceada com a atenção emocional necessária que os personagens precisam dada pelo outro. Fazia muito tempo que uma leitura mutante não me empolgava tanto. O mesmo vale pra um evento, mesmo que fechado apenas no universo particular dos mutantes. A arte de Pepe Larraz aqui é um outro bônus a parte, em que ele prova porque é recentemente considerado um dos young guns da editora. 

Coveiro

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