terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Homem-Aranha: A história de um vilão esquecido chamado Clash



Peter Parker está de volta e em completa atividade. Sua nova revista mensal no Brasil inclusive está saindo em dois formatos de papel diferente. É tudo novo e cheio de expectativa pro futuro do herói que agora tem sua própria empresa pra comandar. Mas, paralelo a isso, as revistas do Teioso trazem uma história em cinco partes pra lá de especial sobre uma das primeiras fases do personagem. Mas nelas, quem protagoniza a narrativa é um garoto chamado Clayton Cole.

Clayton era um supra-gênio que tinha praticamente a mesma idade de Peter, mas diferente dele, um ego gigante cheio de ambições. Algum dia ele inventaria algum item brilhante que mostraria numa feira de ciências e logo seria contratado por um grande empresário. Era essa a expectativa de sua família também. Só que tudo mudou no dia em que ele foi assistir a primeira grande luta-livre do Esmagador Hogan contra o Homem-Aranha. Daí, os planos de Clayton estavam fadados a mudar.

Vislumbrado pelo que o herói era capaz de fazer, Cole virou seu fã imediato. Gravou a luta e foi o primeiro a postá-la na internet ganhando vários acessos. Logo foi assistir o personagem num programa de TV e foi o primeiro a receber um autografo do Cabeça de Teia. Era esse o tipo de fama que ele queria pra si. Foi então que a ideia de Clash, o Sultão do Som, nasceu no garoto.

Expert no assunto, Cole criou um uniforme maneiro e desenvolveu uma tecnologia capaz de capturar o som ambiente e manipulá-lo a seu prazer - desde disparos até criar discos flutuantes de ondas sonoras. Mas logo na primeira tentativa de heroísmo, Clash ignorou um roubo do abutre em prol de tentar encontrar em pessoa o Homem-Aranha. Em outro momento da história, Clash tenta também se apresentar no programa de TV com o mesmo agente do Aranha, só que sem sucesso. Daí, dava pra ver que o verdadeiro interesse no garoto estava mesmo mais na fama.


E enquanto levava sua vida de herói assim, Clash também desenvolvia seu próximo projeto da Feira e Ciência - Um gerador de Pulso Eletrônicos baseados na mesma tecnologia de seu traje. Para os pais do garoto, o premio estava no papo. Mas Clayton estava absolvido demais no lance da fama de super-herói. Chegou ao cumulo de oferecer uma grana pra o Homem-Aranha lutar com ele com câmeras ligadas para ele por tudo no próprio canal do youtube e fazer ainda mais sucesso. O que Cole não contava é que ele fosse derrotado tão facilmente pelo Teioso. Considerando aquilo uma humilhação, Cole jurou vingança.

Faltando pouco pra feira de Ciência, restou a Cole voltar a testar sua invenção antes do grande momento. Foi aí que ele acabou conhecendo uma garota, Polly McKenna, que parecia curtir e entender tão bem de música como ele. Além disso, ela também se interessava sobre super-heróis. Seria o par romântico perfeito para o Sultão do Som?


Enquanto tudo isso rolava na vida de Cole, é claro que vemos parte da vida de Peter Parker naquela época. Temos seus velhos problemas com a escola, com os segredos que tinha que esconder da Tia e até mesmo como arrumar dinheiro para os dois sobreviverem. Assim, Peter se forçou a dar um jeito de ganhar grana com o Teioso vendendo fotos pro clarim, ao mesmo tempo em que tinha chances de que sua invenção fosse premiada na Feira de Ciências.

E foi nessa mesma feira que Cole resolveu aparecer se exibindo como Clash mais uma vez e quem sabe impressionar a tal Polly. O que ele não contava é que Peter estando lá, o Homem-Aranha também daria as caras. Então, o evento que era pra ser tranquilo transforma-se num verdadeiro campo de batalha e isso pega mal pra fama dos dois. Para dar um fim em Cole, Peter recorre a tecnologia e assim ativa sua invenção, um inversor magnético contra a aparelhagem do Clash e desativando todo o HD de músicas dele (que por sua vez, eram sua fonte de "energia").

Depois daquela luta, a vida voltou ao padrão normal para Parker - ganhando dinheiro com fotos de heróis, lutando contra bandidos e tendo que ouvir sua tia lamuriar por ter essas 'ameaças' em Nova York. Já Cole, por sua vez, surgia cada vez mais para aumentar sua fama de vilão. Os jornais já defendiam a hipótese de que o Aranha inspirava o surgimento de super-bandidos e Peter se viu na necessidade de impedir o Sultão do Som antes que as coisas piorassem.

Peter acabou tendo a ideia de criar um inversor sónico próprio para deter Clash e para isso usou material do laboratório onde fazia estágio. Assim, quando Clash atacou o Clarim foi sua chance de tentar deter o vilão ali mesmo. Usou seu equipamento, mas não contava que Cole fosse alguém tão esperto quanto ele e tivesse se preparado ainda mais pra ocasião. Os danos dessa batalha foram aina piores, praticamente estourando os ouvidos das pessoas próximas. E pra piorar a vida de Parker, o colégio ligou para sua tia e avisou que descobriu que Peter andou roubando coisas da escola. Não estava fácil para Peter.


Na última edição desta história, vemos que a moral de Peter estava lá embaixo. Tanto a sua vida heróica como pessoal se mostravam um fiasco. Porém, sua Tia May lembrou alguns conselhos importantes de Tio Ben, mas também quis levantar o seu astral relembrando como seu tio sempre ria das tragédias da vida. Assim, Parker ganhou um pouco de astral para dar a volta por cima.

A chance de uma revanche contra Clash veio num ataque do mesmo a sua própria escola. Cole queria uma nova chance de impressionar a Poly, mas na verdade só conseguiu amedrontar ainda mais a garota. Quando o Homem-Aranha apareceu para salvar o dia, ele veio com novo espírito, cheio de piadinhas. E Cole odiava que os outros rissem dele. E foi assim, num deslize  de concentração do cara que ele lançou teias sobre ele e abafou suas mãos presas a uma parede.


Ao tirar a máscara, Peter reconheceu Cole, o garoto que deu o primeiro autógrafo. Cole estava com sua vida perdida agora com a identidade expostas e levaria um segundo autógrafo, um recadinho da polícia entregando o vilão para a polícia como "cortesia do Amigão da Vizinhança". E assim temos uma verdadeira guinada no ego do nosso herói, que a partir daí aprendeu a levar a vida de outro jeito e sendo o divertido e inigualável Homem-Aranha.

A história aqui, presente nas edições 1 a 5 do Homem-Aranha no Brasil foram publicadas lá fora em Amazing Spider-man 1.1  a 1.5, com Dan Slott e Ramón Perez. E quem curtiu o personagem como eu, pode ficar certo que Slott tem lugar pra ele no futuro das histórias do Aranha.

Coveiro

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