quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Novíssimo Doop: Documentando o documentarista

Engana-se quem pensa que a Marvel só sabe criar super-heróis e supervilões convencionais: de tempos em tempos, surgem figuras inusitadas como Doop, o simpático ser verde que filmava os X-Táticos em suas missões e atualmente trabalha na Escola Jean Grey. O carisma e a originalidade de Doop renderam ao personagem uma minissérie própria em 2014, inspirada nos eventos da saga A Batalha do Átomo. Como foi a história, e se ela foi boa? Bem...



A minissérie Novíssimo Doop foi publicada nas edições 017 a 021 de X-Men Extra. A arte ficou a cargo de David LaFuente (com a colaboração de outros profissionais, como Jacopo Camagni e Federico Santagati), e o roteiro foi feito por ninguém menos que Peter Milligan, o criador do Doop. Com essa história, Milligan buscou não só mostrar os bastidores de A Batalha do Átomo como revelar pela primeira vez a história de Doop.

Porém, assim como Doop não é um personagem nada convencional, sua minissérie também não é. E isso torna sua leitura bastante confusa – e olhem que eu gostei de Vingança, que não era exatamente a minissérie mais fácil do mundo para entender. Assim, devo confessar que não entendi boa parte da história da criaturinha verde e nem gostei de lê-la. Mas, claro, essa é só minha opinião, e se alguns de vocês gostaram, fico feliz por vocês.

Tentemos explicar a história: segundo ela, Doop passa a maior parte do tempo na Marginália, uma dimensão entre dimensões, na qual ele pode observar o que se passa em outros lugares (algo como um Mojoverso menos macabro... ou não). Um de seus alvos favoritos de observação é Kitty Pryde, por quem Doop está apaixonado e, ao ver os eventos iniciais de A Batalha do Átomo, ele passa a acompanhá-la mais de perto. A partir daí, vemos Doop levando Kitty para um passeio romântico (na visão dele) pela Marginália entre um instante e outro dos eventos na Terra-616, confrontando a “Kitty do futuro” e descobrindo, antes de todo mundo, que ela na verdade era o vilão Raze.



Raze, por sua vez, revelou a ele que sabia de um segredo do seu passado, que só poderia ser confirmado pela mãe de Doop, a violenta e cruel Mama Doop. Apesar de temer sua progenitora, ele foi incentivado por seus antigos colegas Anarquista e Vai Nessa, dos X-Táticos. Pois é, aparentemente os X-Táticos não morreram, só se aposentaram e foram morar na Marginália (aparentemente Milligan também esqueceu que Vai Nessa havia morrido bem antes de Venus Dee Milo entrar pra equipe). Isso levou à maior tragédia na vida de Doop: ele descobriu que não foi criado pelo genial roteirista Ingmar Bergman, mas por um faxineiro que rabiscou no roteiro.

Em meio a tudo isso, uma invasão de Doops acontecia na Escola Jean Grey pouco antes da Irmandade do Futuro colocar as mangas de fora, Kitty entrou em crise no namoro com o Homem de Gelo e foi para a Marginália se declarar para Doop – que, por sua vez, retirou Wolverine da Terra-616 logo que ele foi perfurado por Raze e o curou, explicando como Logan sobreviveu mesmo sem ter seu fator de cura. No final, Wolverine retribuiu ao seu amigo saindo no braço com Mama Doop, que no fim confessou que também era Papa Doop, que o verdinho achava que o tinha abandonado. O próprio Doop também é hermafrodita, por sinal.



Não que isso tenha feito Kitty mudar sua decisão de namorá-lo. Mas ele mesmo convenceu-a de que os dois não pertencem ao mesmo mundo. No fim, Kitty voltou para a Terra-616... mas abandonou os X-Men da Escola Jean Grey para se juntar ao grupo de Ciclope, enquanto Doop continua a observá-la da Marginália... como sempre.

E... é isso. Como dito antes, considerei essa minissérie confusa, desinteressante e com uma arte um tanto irregular. O “complemento” à Batalha do Átomo simplesmente não faz diferença nenhuma, a revelação da origem de Doop me pareceu uma tentativa fracassada de piada, e no mais, meus únicos destaques foram a reaparição dos X-Táticos e a confirmação do péssimo gosto de Kitty Pryde pra namorados (Courtney Ross, salve essa garota!). Mas cada pessoa faz sua própria leitura, então se vocês gostaram dela, é isso que importa.

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