domingo, 5 de junho de 2011

Maratona 616: Top 10 - Escritores dos X-Men


O universo mutante se tornou tão extenso, dividido em inúmeras revistas, que fazer uma lista exige uma certa criatividade. Nem todos tiveram a chance de escrever os títulos principais, mas não por isso deixaram de se destacar. Confira quem entrou no top 10!

10 - Roy Thomas


Tomando o lugar de Stan Lee à frente dos Filhos do Átomo quando o mesmo perdeu o interesse pelos mutantes, Thomas deu nova vida aos X-Men durante esse período de transição, e deu o fôlego que o título precisava para as mudanças que viriam a seguir. Ele também foi figura fundalmental na aplicação dessas mudanças e portanto fez por merecer seu lugar no top 10.

9 - Scott Lobdell


Scott Lobdell teve uma passagem polêmica nos Filhos do Átomo. Tirando algumas sagas de impacto, ele não conseguiu preencher o lacuna deixada por Chris Claremont, se destacando mais pela criação da Geração X do que por seu desempenho em Uncanny X-Men, ainda que tenha desenvolvido o conceito da Era do Apocalipse. A saga mostrava um mundo onde Charles Xavier fora assassinado na juventude e o vilão Apocalipse governava com mão de ferro, pois na ausência de Xavier não havia ninguém para fazer frente aos planos maquiavélicos de En Sabah Nurr; nada menos do que a erradicação dos homo sapiens. Ironicamente, o maior arquiinimigo dos X-Men, Magneto, liderava uma equipe de X-Men nesse mundo, que fazia resistência ao autoproclamado "primeiro mutante", dessa forma honrando o amigo morto em seus braços há tanto tempo atrás. A Era do Apocalipse fez tanto sucesso que até hoje a Marvel publica material relacionado à saga.

8 - Len Wein


Sendo o editor-chefe da Marvel na época, Wein assumiu a difícil tarefa de revitalizar os X-Men, que vivia de republicações de história antigas já a algum tempo, e ao lado do desenhista Dave Cockrum, esse objetivo foi alcançado com enorme sucesso. A edição Giant-Size X-Men, lançada em 1975, apresentou personagens que fariam mais nome do que alguns membros da equipe original, como Tempestade, Colossus e Noturno. Wolverine, que com o passar dos anos se tornaria o mais famoso X-Men, já tinha sido criado por Wein, estreiando numa edição do Incrível Hulk meses antes, portanto sua inclusão entre os pupilos do professor Xavier não foi nenhuma surpresa. Sob a liderança de Ciclope - o único membro restante da formação original -, essa renovação forneceu todos os ingredientes que Chris Claremont precisava para tornar Uncanny X-Men um dos títulos mais rentáveis da editora.

7 - Stan Lee


Depois de ter criado quase todos os principais heróis e vilões da Marvel, Stan Lee pensou nos mutantes como uma forma de não precisar mais quebrar a cabeça na hora de explicar a origem dos superpoderes, que mesmo naquela época já eram cada vez mais repetitivas. Assim surgiram os X-Men, e misturando esse conceito aos temas de segregração racial vigentes na época, Lee produziu aquele que pode ser considerado seu maior sucesso até hoje, ao lado do Homem-Aranha. Entre muitas outras, destacam-se as criações do professor Xavier, Ciclope e Jean Grey entre os mocinhos; e Magneto, Fanático e os Sentinelas no time dos vilões. Resumindo, "O Homem" plantou a semente para tudo o que viria a seguir, mesmo que suas histórias não estejam entre as melhores dos Filhos do Átomo.

6 e 5 - Craig Kyle & Christopher Yost


Essa dupla deu muito o que falar nos últimos anos. Projetados pela bem-sucedida animação X-Men Evolution, eles tem tirado elogios até dos fãs mais exigentes desde que assumiram a fraca New X-Men: Academy X, que apresentava uma nova geração de alunos do Instituto Xavier, agora sob o comando de Ciclope e Emma Frost. O grande trunfo de Yost & Kyle foi a inclusão de X-23 na equipe, a clone de Wolverine oriunda do desenho, introduzida pelos dois no universo 616 numa minissérie. Isso não impediu o cancelamento da revista, mas a dupla voltaria pouco tempo depois no seu maior sucesso até hoje, a nova versão da série X-Force. A revista reunia Wolverine e X-23 na mesma equipe, ao lado de outros X-Men mais sanguinários, e fez um enorme sucesso. Os dois acabaram se afastando do universo mutante para se dedicarem a outros projetos, mas até hoje os fãs pedem que eles recebam uma chance num título de maior expressão, pedido que ainda não foi atentido.

4 - Peter David


O caso de Peter David é bem curioso, considerando que ele sempre escapou pela tangente das sagas mutantes, notoriamente se manifestando contras as mesmas quando elas atrapalhavam seus planos, mas ainda assim é o único que rivaliza com Chris Claremont em termos de tempo de serviço. Seu sucesso veio nas páginas de X-Factor, série que David renovou nos anos 90, chamando atenção pelo bom humor e tramas inusitadas. Tanto as histórias quanta a formação da equipe deixaram saudades, em especial o Homem-Múltiplo, que voltaria uma década depois numa minissérie escrita por David, e logo se tornou a estrela de uma nova série do X-Factor. Atualmente revista se aproxima da centésima edição e ainda é uma das melhores coisas sendo publicadas.

3 - Grant Morrison


Nenhum escritor mutante causou tanta polêmica quanto o escocês Grant Morrison. Ele assumiu o título X-Men provavelmente na pior fase dos pupilos do professor Xavier, e transformou a revista no carro-chefe da franquia, mudando o nome para New X-Men enquanto esteve à frente da mesma. E novidades não faltaram, como a criação da gêmea maligna de Charles Xavier, Cassandra Nova, que culminou na destruição da ilha-nação Genosha, eliminando 16 milhões de mutantes de uma só vez. Toda a postura dos X-Men mudou depois disso, com direito a roupas de couro descoladas baseadas nos uniformes dos filmes, e o fato de terem se assumido ao mundo como mutantes. A partir disso as tramas também se tornaram mais adultas, pois a equipe deixou de se dedicar tanto ao heroísmo clássico, assumindo de vez o papel de professores e embaixadores da causa mutante. No final, Morrison trouxe de volta a Fênix Negra e Magneto, somente para se livrar deles em seguida, encerrando as coisas de maneira corrida a medida que sofria pressões editoriais devido a forma negativa que seu trabalho foi recebido por uma parcela dos fãs, sempre tão avessos a mudanças. Por isso que dizem até hoje que Grant Morrison é o tipo de autor que se ama ou se odeia.

2 - Joss Whedon


Após a saída de Grant Morrison tudo parecia ter voltado a estaca zero para os X-Men. E numa atitude ousada do editor-chefe Joe Quesada, a Marvel decidiu procurar alguém de fora e foi atrás do criador de Buffy - A Caça-Vampiros, Joss Whedon. A escolha fez alguns fãs torcerem o nariz, mas em poucas edições ele provou que a decisão fora acertada, fazendo de Astonishing X-Men um enorme sucesso graças a sua capacidade de resgatar elementos do passado e integrá-los às histórias sem passar por cima do que fora feito por seu antecessor, de quem declarou ser um grande admirador. Entre seus principais feitos estão a volta de Kitty Pryde, a ressureição de Colossus e o retorno de uma postura mais heróica, que não poderia deixar de incluir os uniformes clássicos, tão exigido por muitos. Sua passagem não deixou uma ponta solta e serve de exemplo de como fazer histórias de super-heróis nos dias de hoje.

1 - Chris Claremont


Em se tratando de X-Men, existe o antes e o depois de Chris Claremont, que permaneceu nada menos do que 17 anos à frente de Uncanny X-Men. Sob a sua batuta, a revista logo se tornou uma das mais vendidas da Marvel, gerando outras séries como X-Factor e New Mutants, essa com roteiros do próprio Claremont. Foi com ele também que os mutantes tiveram algumas de suas melhores sagas, como a Saga da Fênix Negra, Massacre de Mutantes e Inferno. A jovem mutante Kitty Pryde surgiu durante essa fase e virou xodó dos fãs, praticamente virando a protagonista da revista por algum tempo, mas acabou integrando o Excalibur, outra criação de Claremont. Porém, o maior sucesso do autor britânico viria em 1992, ao lado de Jim Lee, com o lançamento da revista X-Men, que até hoje é a mais vendida de todos os tempos. O sucesso foi tão grande que ele acabou se afastando após uma quebra de braço com Lee e o editor-chefe Bob Harras. Anos mais tarde, Claremont voltaria aos Filhos do Átomo, mas sem o mesmo brilhantismo de antes. Nada que diminua a importância de quem pegou uma revista de segundo escalão e transformou numa das franquias mais rentáveis do mundo do entretenimento.


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Brizola

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