segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Geração Esperança: A Quinta Luz

Após o confronto final entre os X-Men e Bastion, cinco novos mutantes surgiram. Conforme vimos no final do ano passado, quatro deles já foram localizados. Mas onde está a "quinta luz" que apareceu no sensor de Cérebra? Como os novos mutantes vão se adaptar à sua nova realidade? E que relação eles têm com a messias mutante Esperança Summers? As respostas para estas e outras perguntas começam a ser dadas agora, na nova série mutante da Marvel. Começa agora a Geração Esperança.



A história retratada neste artigo foi publicada em X-Men Extra 120, com roteiro de Kieron Gillen e arte de Salvador Espin. Vale destacar aqui que, apesar de ter participação dos X-Men, os personagens centrais da série são literalmente uma nova geração; mesmo Esperança ainda é uma figura relativamente nova. Assim, esta primeira história busca apresentar a nova equipe e como cada um deles pensa e vê a si mesmo(a) e ao mundo ao seu redor.

Como vocês devem se lembrar (e se não lembrarem, é só clicar no link no começo deste artigo), Ciclope e Wolverine haviam ido a Tóquio buscar a "quinta luz". No Pássaro Negro, Vampira leva Esperança e as demais "luzes" ao encontro dos dois X-Men. Mas algo saiu muito errado nos poderes do quinto novo mutante, e o que era para ser uma simples missão de resgate acaba se tornando caos e pânico generalizado na cidade, conforme uma criatura gigante e grotesca destrói tudo pela frente.



Mas o verdadeiro coração da história não está na batalha em si, e sim na forma como cada um dos jovens reflete sobre sua situação. Idie Okonkwo, a menina resgatada na Nigéria com poderes sobre o calor e o frio, vê a si mesma como um monstro, uma criatura indigna de viver. Seu problema de autoestima não vem só do fato de ser mutante: ela também se considera ignorante e patética por seu pouco conhecimento sobre o mundo externo ao vilarejo em que vivia. Isso faz com que ela estranhe como Esperança, que ela admira como uma jovem forte e confiante, trate ela bem e a ensine a se ver como um milagre, não um monstro. Que Esperança a motive a viver, a ser feliz, a ter... esperança.



A canadense Laurie Tromette, cujo poder (aparentemente de voo) despertou numa jovem já adulta e alterou profundamente sua aparência, é também uma moça bastante inteligente, que dedicou toda sua vida a se tornar uma figura de destaque no meio acadêmico. Para ela, a ideia de mudar completamente o rumo de sua vida é perturbadora. Mas Laurie é dedicada, e se seu destino é se tornar uma X-Man (ou melhor, X-Woman), ela está mais que disposta a "passar no teste".



Os poderes do ucraniano Teon envolvem uma otimização animalesca de seu corpo: ele parece dotado de força, agilidade e resistência acima da média, e age por instinto, não por racionalidade. Mesmo os pensamentos de Teon são instintivos, resumindo-se a decidir lutar ou "acasalar" (como quando ele vê uma colegial japonesa sendo atacada por um tentáculo metálico da criatura - aliás, qual é a dessa tara por colegiais japonesas e tentáculos, que pelo jeito até a equipe criativa dessa história tem?). Se ele sempre foi assim, não sabemos, mas animalesco ou não, Teon sabe que é uma das "luzes" de Esperança, e os pedidos da ruiva para ele são uma ordem.



Gabriel Cohuelo, nascido no México, parece ter poderes de supervelocidade - mas eles não funcionam da forma como estamos acostumados a ver em outros super-heróis. A supervelocidade tem um efeito profundo sobre Gabriel, que em questão de dias passou dos 16 para 18 anos de idade. A maturidade do corpo não parece ter se refletido em seu comportamento, piadista; a verdade é que ele usa o humor e a aparente imaturidade para disfarçar seu medo frente às mudanças radicais sofridas em sua vida.



Até aqui, apresentamos os pensamentos das quatro "luzes" já conhecidas até então, mas e a "quinta luz"? Trata-se de Kenji Uedo, um promissor e transgressor artista do cenário japonês. Seus poderes? Segundo Kenji, é como se ele fosse Leonardo da Vinci dentro de seu local de trabalho, e seu local de trabalho é a carne. Ou seja, o poder dele é "criar arte" a partir de seu próprio corpo, que se tornou um composto grotesco e maleável de carne e metal. O problema é que essa transformação parece ter deixado Kenji completamente insano, questionando as fronteiras entre real e irreal, luz e escuridão, levando-o a matar seu agente e sabe-se lá quantas outras pessoas em Tóquio.



O único pensamento que não é apresentado aos leitores é o da pessoa que pode ter "gerado" as "cinco luzes": Esperança. Vemos apenas a atitude da menina, que em vez de se proteger, entra direto na área de perigo para tentar estabilizar Kenji antes que ele machuque mais alguém - ou que alguém o machuque. Mas no confronto entre os dois, ele toca Esperança primeiro, e embora a garota pareça ter conseguido tocá-lo depois, o que se segue é uma aparente explosão de grandes proporções em Tóquio.



Se Esperança, Kenji e todos os demais novos mutantes sobreviveram à explosão, só saberemos na edição seguinte. Como eu disse antes, o mérito desta história não está na ação, e sim na apresentação exterior e interior da nova geração de mutantes. Aguardamos desde já a próxima história, para saber se essa é mesmo uma geração de esperança... ou de caos.

Fernando Saker

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