sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Homem de Ferro Legado: Eterna Reconstrução

Com o sucesso dos heróis Marvel nos cinemas e uma gama nova de leitores surgem e mais títulos de HQ pra atender esses novos (e os mais antigos também) fãs. Uma boa estratégia que foi tomada é relançar temáticas clássicas dos personagens em uma linguagem mais atual. Na época do lançamento de Homem de Ferro 2, surgiram diversos títulos do Vingador Dourado nos EUA (e também da Viúva Negra e da Pepper). Um deles, com esse tipo de abordagem, foi o Homem de Ferro Legado com roteiro de Fred Van Lente e arte de Philippe Briones, Steve Kurth e Allen Martinez. Contando pontos importantes da vida do herói para os novos e para os antigos leitores de uma nova maneira.

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O título sai mensalmente no Brasil na revista “Homem de Ferro e Thor”. O primeiro arco abordado foi o da Guerra das Armaduras. Na verdade, a temática da guerra das armaduras é o tema mais clássico (e por que não dizer repetitivo) do personagem. Uma dos constantes problemas de Tony Stark sempre foi e será a aquisição de sua tecnologia por pessoas de má fé. Desde a primeira vez que o tema apareceu nas HQs ele vira e mexe retorna. Tanto que foi tema do segundo filme do herói. No caso do título legado, a questão é trazida com uma guerra racial na Trânsia (como vimos antes aqui) e o vilão por trás de tudo é Doutor Destino. Interessante é ver outros personagens como o Homem Radiativo (futuro Thunderbolt) contra o herói e se questionando sobre. Claro que Homem de Ferro salva a pátria, mas ele tem a ajuda de outros homens em armadura, como Dínamo Escarlate.

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Capa da última edição da saga "Guerra das Armaduras", Homem de Ferro Legado #05

A “saga” seguinte é a do Demônio da Garrafa, ou pelo menos parte dela. Ela já começa com Tony Stark bêbado, vivendo como mendigo, como ocorre nas histórias passadas do Homem de Ferro. Mas agora, uma diferença: Agora que já sabemos (na verdade, que já foram inventados) dos Illuminatis, eles aparecem durante a história. Primeiro pra discutir a situação do membro ausente e em tão dramática situação. Charles (que está, na época, no Império Shiar) propõe sondagens telepáticas para melhor o autodestrutivismo de Tony. Strange oferece encantamentos para revelar falcatruas de Stane que roubou a empresa de Stark. Reed oferece dinheiro de patentes do Quarteto Fantástico para recoloca-lo de pé. Mas Raio Negro e Namor, como sempre, são mais duros e muito mais sabiamente o príncipe submarino diz “Se Stark não pode derrotar seus demônios interiores, que utilidade terá contra invasões alienígenas e megalomaníacos superpoderosos? (...) Se Tony Stark conseguir se erguer da sarjeta, ele será mais forte do que jamais foi, e, se falhar... não era digno de sentar-se entre nós, pra começo de conversa”. E é uma ótima fala a do Namor, resume, na verdade, toda essência do Homem de Ferro..

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Capa de Homem de Ferro Legado #07

E, então, a história segue para o reerguimento do herói quanto a sobriedade e a reconstrução (pela milésima vez) de sua empresa. Desta vez, em Los Angeles, onde ele habita as ruas e encontra companheiros pra jornada: Tyree, um jovem com problemas psiquiátricos e sua irmã, Tamara (que “incrivelmente” será a mocinha da vez). Ele acaba ajudando com o menino e fica como hóspede na casa de Tamara que acaba descobrindo que ele é o Homem de Ferro (lembrando que a história se passa no passado, quando o Homem de Ferro era tido como seu guarda-costas), afinal, não é tão fácil esconder uma placa peitoral recarregável (passado, lembram?) quando se dorme no sofá de alguém. Procurando matéria prima em ferros velhos, ele começa a reconstruir sua empresa tecnológica com ajuda de moradores desempregados do bairro (não tentem isso em casa, só acontece nos gibis e com mentes acima de qualquer padrão). Existe apenas um pequeno problema: nesta época, Los Angeles é dominada pelo Orgulho (sim, os pais dos Fugitivos) e eles não estão gostando nem um pouco de Tony Stark invadindo seu território.

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Capa de Homem de Ferro Legado #08

Além de mandar capangas (a Sociedade da Serpente) e gerar muita luta com o herói, os vilões também dominam toda a economia local e qualquer tentativa de ajuda ou empréstimo para sua nova empresa é negado sem demais explicações. Depois de uma pequena ajuda de alguns dígitos do Quarteto Fantástico e de descobrir que ele é persona non grata por lá e não receberá alvará de funcionar em lugar nenhum, Tony simplesmente desiste de seguir as regras e começa a instalar sua nova fábrica em um galpão abandonado junto com os moradores que o apoiam e tem fé que aquela será a reerguida de vida de todos, a Império (nome do bairro) Tecnologia. Com isso, o Orgulho se enfeza de vez e eles sabem muito bem onde atacar pra doer: na donzela. Tamara é capturada e Tony intimado a aparecer em determinado local para que ela não morra. O Orgulho achava que Stark estava invadindo seu território de propósito, para derrubá-los, mas ao anunciar o sequestro percebem que o ex-empresário não faz ideia de quem eles sejam.

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Capa da última edição da saga "Demônio da Garrafa", Homem de Ferro Legado #11

De qualquer forma, ele vai aparatado de Homem de Ferro e inicia uma grande luta com o grupo de vilões. Quando já estava encurralado, eis que a cavalaria chega. Não, não falo dos Vingadores, mas, novamente dos Illuminatis. Dado o lado místico da coisa, Tony achou melhor consultar o Mago Supremo da época. Tão interessante quando o diálogo inicial dos Illuminatis é vê-los interagindo em ação, coisa poucas vezes colocada nas histórias. O mesmo vale para o grupo Orgulho. Os Illuminati vencem a briga e os vilões presos, mas por pouco tempo, afinal, não se prende de verdade gente influente, nós brasileiros sabemos bem, não é? Prevendo isso, Tony envia um vídeo ao líder deles dizendo que não acusará a existência do grupo para o resto do mundo heroico se ele deixar os trabalhadores daquele bairro de Los Angeles em paz. O grupo acaba aceitando, os trabalhadores se mantém na Império Tecnologia, Tony faz de Tamara presidente e parte para uma “vida real” de volta longe de Los Angeles. E assim termina uma história que reconta outra e que não podia ter grandes influências na cronologia atual: sem grandes mudanças, sem consequências, todos “felizes para sempre”.


Cammy

ps. As imagens que você viu aqui, são algumas das capas que ilustraram as edições deste conjunto de histórias, as que não entraram no artigo, você pode ver clicando aqui e aqui.

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