quinta-feira, 8 de agosto de 2019

House of X 2 mostra as muitas vidas de Moira MacTaggert


*ATENÇÃO! Esse artigo contém spoilers da edição que está sendo publicada nos EUA! Leia por sua própria conta e risco!

Para quem leu o último artigo, viu que Jonathan Hickman começou muito bem a minissérie, colocando os mutantes em um novo patamar, como eles sendo mostrados devidamente como uma raça superior, como Magneto sempre imaginou, e buscando o respeito pelos demais humanos com ambos promovendo o bem comum, como Xavier sempre imaginou.

Agora, na segunda edição, teremos mais um grande acerto do autor reapresentando uma personagem muito conhecida pelos leitores mutantes, mas adicionando um algo a mais que não mexerá em nada na cronologia conhecida, mas será ao mesmo tempo impactante e ouso a mencionar que foi completamente genial. Estou falando da personagem Dra. Moira MacTaggert, famosa geneticista, um dos grandes amores de Charles Xavier e mãe do mutante Proteus, e agora revelada que ela é uma mutante.

Isso mesmo que você leu! Moira sempre foi uma mutante e o poder dela é um dos mais fantásticos já vistos, na humilde opinião desse redator, que é de sempre "reencarnar" de volta ao útero da sua mãe, preservando todo o conhecimento de sua vida anterior quando morre. Mais pra frente vou mencionar qual é a referência do autor pra esse poder e mais uma revelação bem bacana que vocês poderão achar muito bacana.

A edição começa falando na primeira vida de Moira, onde ela adoeceu muito em um dia e no seguinte estava tão viva como nunca. Ela teve uma ótima vida tranquila e morreu tranquilamente aos 74 anos. Na segunda vida, é dito que ela já tinha consciência de sua existência anterior já no útero. Quando criança seus pais a acharam completamente especial, mas o que eles não sabiam era que a Moira já estava mais ciente do seu ser e estava curiosa para saber o porque ela se recordava de coisas.

Em toda sua nova vida, ela tentou recriar situações, não repetir alguns erros e assim ela chegou a novos resultados que a levaram a ouvir falar de Charles Xavier, que em rede pública se denominava o Professor X, como sendo parte de uma nova raça chamada mutante. Ao tomar um voo para procurar conhecer o professor, ela morreu na queda de seu avião.

Em sua terceira vida, ela volta com todo conhecimento anterior e desta vez consegue conhecer o Professor, mas fica completamente desapontada com as coisas que ela viu no Xavier, não acreditando que o Charles fosse uma solução para o que ela achava que era um problema. Então, ela mesma se aprofundou em estudos e descobriu a cura para a mutação genética. Porém, ela e toda a equipe de cientistas foram mortos pelos mutantes Pyro, Mística e Sina, que descobre que Moira era uma mutante também, por não conseguir ver o futuro dela.

Antes dela ser morta, Sina revela para a doutora que o poder dela tinha um limite de vidas, dez vidas ou onze se ela passasse a agir de um jeito diferente e correto no futuro. Ela pede para Moira repensar  quando reencarnar e tentar ajudar um jeito que contribua para todos. Em seguida, Sina pede para o Pyro matá-la lentamente.


Na quarta vida, de forma bem resumida, ela conheceu e se apaixonou por Charles Xavier, passou por todas as situações que conhecemos pelos quadrinhos, até chegar na extinção mutante, como a Sina havia revelado para ela em sua vida anterior.

Com a experiência de suas quatro vidas anteriores, ela tentou um novo jeito na quinta vida, se abrindo para o Xavier previamente. Porém, ela descobre que Bolivar Trask construiu robôs Sentinelas que aprendem e se adaptam e novamente a raça mutante veio a extinção.

Não foi informado nada sobre a sua sexta vida.

Na sétima vida, ela tentou algo novo, que foi assassinar toda a linhagem da família Trask. Porém, ela descobriu que não foi apenas a intervenção dos Trask que trouxeram os Sentinelas a vida, mas que a tecnologia por si só encontraria um jeito de ser descoberta por outros e de alguma forma surgiria de novo para eliminar os mutantes.


Na oitava ela tenta se aliar a Magneto, mas também sem nenhum sucesso. Na nona vida, ela tenta algo novo que é recorrer ao Apocalipse. Mesmo assim, sem nenhum sucesso! Foi então que ela decide que na sua décima vida, "...ela e Charles Xavier decidem quebrar todas as regras..." e chegamos na mesma introdução mostrada em Power of X 1. Essa, portanto, seria a nossa realidade atual, a 616.


Com toda a sinceridade, gostaria muito de poder ver todos os rabiscos do Hickman para entender toda a metodologia que ele criou para essa trama até aqui. É simplesmente um deleite para os leitores que aguardavam a anos pela revolução mutante. Não tem como negar mais que essa é sem dúvida alguma a aguardada 'revolução', não só para a raça mutante, mas para o próprio contexto do universo X, que muitos diziam ser confuso. É um simplesmente FABULOSO!

E como disse no começo, vou falar primeiro da referência do roteirista para o poder mutante de Moira, que é do filme 'No Limite do Amanhã', onde Tom Cruise é infectado com um sangue de um alien que o coloca para retornar a sua vida em determinado ponto antes dele enfrentar os monstros. A medida que ele morria, ela aprendia algo novo sempre. Quem não viu o filme, não vou dar o spoiler sobre a fraqueza dele, que é de onde o autor também se inspirou. Assistam! Vale muito a pena!

Além do filme, que tem forte bases de ideias em alguns jogos onde você retorna ao seu ponto de salvamento (save point), Hickman também amarrou a história com um fato bem para trás nos quadrinhos mutantes que enfim explica uma pergunta que até hoje não foi respondido: POR QUE MOIRA FOI A ÚNICA HUMANA A MORRER DURANTE O ARCO DO VÍRUS LEGADO? Agora sabemos! Ela nunca foi humana, mas uma mutante que possivelmente era de conhecimento único do próprio Xavier, como vimos aqui ou na resenha sobre Power of X 1, e ele nunca revelou a ninguém. Palmas para o Hickman!



De X-Men: Prime 1

Um último adendo, o desenhista Pepe Larraz está fazendo jus a toda a maravilha contada pelo Hickman. Um destaque muito especial a imagem da Moira ao lado do Apocalipse, que é bem majestosa! Larraz está detonando, simplesmente assim!

Após tudo isso, só podemos aguardar pela próxima edição e vermos o que mais nos espera e o que mais poderá ser arrumado por esse roteirista que está brilhante.

Marcus Pedro

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