Jessica Jones está de volta e muita gente não vê a hora de se grudar na TV e maratonar essa nova segunda temporada. Pra aproveitar esse pique, o Collider fez uma mega entrevista com a atriz sobre seu retorno e traduzimos na íntegra pra vocês. Confere aí:
Collider: O primeiro episódio de Jessica Jones é algo muito obscuro pra Jessica. Quão difícil foi pra você trabalhar isso na sua cabeça, e qual difícil é sair desse clima depois?
KRYSTEN RITTER: Melhorei isso muito na segunda temporada. Quanto mais você usa esse ‘musculo’ , mais você se acostuma. Eu acho que sou capaz de encontrar um balanço e sou capaz de me preservar. Eu também me certifico de fazer coisas boas pra mim mesmo e saio com meu elenco. Me dei conta de que gosto de gargalhar muito e me divertir, então me certifico de achar esses momentos e ter um balanço. Na primeira temporada eu fiquei mesmo deprimida e era incapaz de me chacoalhar e sair daquilo. Agora sinto que consigo ser mais disciplinada de certa maneira. Mas sim, Jessica está mesmo numa fase sombria, e você tem que se cuidar, cuidar da sua mente e cuidar de seu corpo pra ficar naquele nível obscuro por seis meses.
Jessica chega a falar que , “É preciso um monstro pra parar um monstro.” Se esse é o caso, quão obscuro é o lugar que ela irá ao final desta temporada
RITTER: Ah, cara! Oh, meu Deus ! A coisa fica muito obscura. Não vou te estragar isso, mas sim, fica feio.
Como foi só ter os 13 episódios dirigidos por mulheres na segunda temporada?
RITTER: Foi muito bom. Nosso show já é muito feminino. A primeira temporada foi muito feminina. Já está no nosso DNA. Mas ter todas essas mulheres nessa temporada foi excitante porque nunca foi feito antes, o que é uma estupidez. O conteúdo de que falamos, os problemas obscuros e as coisas sexuais, pra ser honesta, tendo essas conversas com uma mulher pra mim é muito mais fácil. Me sinto mais tranquila e segura, e me permito ser vulnerável e sincera, quando você está planejando essas coisas com uma mulher. E parece que se perde algo da conversa quando você não é real e sincera. Eu amei. Dentro da indústria agora, há muitos mandatos agora pra contratar mulheres e pela diversidade, o que é espetacular, porque isso não havia dez anos atrás. Eles começaram essa temporada com a visão de contratar o máximo de mulheres possível e representar a diversidade, e então eles começaram a entrevistar pessoas e acabaram com mais da metade, depois com mais de 3/4 e depois decidiram colocar só mulheres. Esses mulheres acabaram sendo as melhores pro trabalho. Mal posso esperar pra que isso seja um lugar comum e não apenas essa coisa maluca promovida pela Netflix.
Eu amo especialmente a dinâmica entre Jessica e Malcolm nessa temporada. É algo muito divertido assistir aquele empurra-empurra entre vocês dois. O que o Malcolm significa pra Jessica, que ela não expressaria verbalmente pra ele e quão divertido foi atuar com Eka Darville?
RITTER: Obrigado por dizer isso. Eu tenho a mesma sensação ao trabalhar com Eka. Acho que nossa dinâmica é similar. Ele é um cara jovem, bonito, doce e ele trabalha tão duro que eu tenho uma afinidade com ele que transparece na tela. Eu acho que Jessica tem uma afinidade por Malcolm da mesma maneira que teria por um irmão caçula, mesmo ele sendo um pé no saco na maior parte do tempo. Eu realmente me divirto ao desenvolver esse relacionamento nessa temporada e eu adorei minhas cenas com Eka. Eu acho que ele está crescendo nesse papel e mandando ver. É demais quando ela da um elogio a ele porque é tão recompensador. Tipo “Finalmente, uma vitória pro Malcolm”.
Também amo como as coisas estão mudando entre Jessica e a Trish nessa temporada. Trish assumindo alguns riscos que ela provavelmente não deveria assumir. Da mesma maneira com Jessica e Trish tentando proteger uma a outra, como isso afetará a amizade delas?
RITTER: Estamos explorando toda essa camada para o relacionamento, com algum ciúme ali. Porque ela quer o que Jessica tem, seu ressentimento em relação a Jessica por ter tanto desprezo por suas habilidades está levando a um tipo diferente de relacionamento entre Jessica e Trish. Mas no final do dia, essa é a relação principal do nosso seriado e o coração do nosso seriado, então vamos desenvolver isso, ao longo de tudo também.
Como Jessica se sente por ser conhecida agora por ser alguém com super-poderes?
RITTER: Sua frustração com isso é outro componente e camada para sua raiva. Ela não quer que ninguém saiba quem ela é, muito menos agora que conhecem seu rosto, conhecem seu nome e conhecem ela como um super-heroína vigilante. Isso é o oposto do que ela quer. Então, ela está navegando com essa nova popularidade e não existe um livro didático sobre como lidar com isso. Isso é algo que estamos explorando
Janet McTeer é uma grande adição ao seriado. Há algo interessante sobre sua personagem porque toda vez que você acha que pode entender o que está acontecendo, ela vai pra outra direção. O que você acha que ela adicionou a temporada, e como é trabalhar com ela?
RITTER: Oh, meu Deus, é o paraíso! Eu amo ela! Eu absolutamente devo adorar ela! Ela é tão feroz e tão inteligente. Ela é uma das atrizes mais excitantes que já trabalhei. Às vezes, ela é super adorável e me pergunto: "Estou apaixonada por Janet McTeer?" Tivemos um grande momento juntas. Precisávamos de um ator de peso pesado, depois de David Tennant na temporada 1, e ela é essa, deixe-me dizer.
É sempre divertido ver Jessica tentar se relacionar a uma pessoa normal, sendo ela uma super, porque claramente ela não sabe lidar com a normalidade. Mesmo ela tendo uma atração física, é esse senso de normalidade que assusta ela estar com ele?
RITTER: Oh, com certeza! É estranho, para ela, que ele não responda a ela, da maneira que ela está acostumada, ou que ele está mais interessado nela do que ele deveria estar, tanto que ela esta preocupada. Essa é uma dinâmica interessante e eles acabam ajudando um ao outro, de muitas maneiras. Ele acaba por não ser o que você pensa que vai ser, mas isso é emocionante.
O caminho que Jessica está agora é um que está forçando ela, mesmo que relutantemente, a confrontar quem ela é de verdade ao escavar seu passado. Quão mudada ela vai estar no fim desta temporada, como resultado do que ela encontrar?
RITTER: Eu acho que ela vai lidar com o quão isolada ela é e o que pretende fazer a seguir. Ela está relutantemente olhando para si mesma, cutucada por Trish. Jessica realmente não quer fazer nada. Ela não quer participar da vida. Ela quer beber e até se acabar. Mas no final do dia, quando outras pessoas estão em perigo, ela aparece. É o que amamos sobre Jessica, e é isso que ela está fazendo aqui. Ela está relutantemente aparecendo porque ela precisa
O que mais você gostou sobre a relação colaborativa e parceira que estabeleceu com sua produtora principal, Melissa Rosenberg, durante todo esse processo?
RITTER: É uma parceria 100%. Eu sempre digo que somos as co-proprietárias de Jessica, e que ela é meio Mel e metade Eu. Eu acho que nos complementamos muito bem. Nós temos um relacionamento muito raro. Eu olho para ela como minha colaboradora, minha mentora e minha amiga, e vice-versa. Eu sou sua musa. Ela escreve coisas sobre as quais ela sente fortemente, e nos empurramos para ir mais fundo. Ela vai escrever uma cena incrível para mim, e em sua escrita, vou pensar em um milhão de idéias e sempre encontraremos maneiras de aprofundar. Nosso relacionamento é muito colaborativo e muito parceria. É legal. É um relacionamento. Você pode estar com 20 pessoas, mas quando você encontrar a certa, está em chamas. Eu me sinto assim com Mel.
O que mais você se surpreendeu ao ver a resposta do público a primeira temporada de Jessica Jones e o que mais você espera que as pessoas vejam nessa segunda temporada?
RITTER: Eu sei que estou animada para que eles vejam Jessica novamente. Eu gosto do seriado. Eu gosto da personagem. Eu gosto do que ela representa. Eu a amei desde o primeiro dia em que li o script. O que mais me surpreendeu foi o quanto outras pessoas também a amavam. Mantenho as minhas persianas fechadas e só olho para o trabalho na minha frente. Eu só estava pensando em fazer minha parte realmente bem e dar tudo de mim em todos os detalhes. Mas então, você para e pensa, "Oh, certo, isso vai sair e outras pessoas vão vê-lo", e isso é terrível. Nunca penso nisso quando estou fazendo o trabalho. Quando saiu e foi bem recebido, as pessoas realmente gostaram e gostaram de Jessica, e eles se vestem como ela e a citam, é tão incrível. Espero que não desapontemos nossos fãs e que eles estejam tão entusiasmados em vê-la retornar como eu.
Jessica Jones já está com a sua segunda temporada disponível para transmissão no Netflix a partir de hoje! Já começou a maratonar?
Coveiro
