sexta-feira, 16 de março de 2018

O Espetacular Homem-Aranha na Guerra Civil II

O surgimento do inumano vidente Ulysses mudou a maneira de muitos heróis enxergarem a maneira de combater o crime e salvar o planeta. Com um grau alto de acerto, suas visões tornaram possível antecipar as catástrofes e deter vilões antes mesmo que causem o pior. É um poder muito grande que exigirá muita responsabilidade de seu usuário. E quem melhor pra entender desse assunto do que o Homem-Aranha?



Graças ao Tocha Humana e com o consentimento dos Inumanos, Peter Parker conseguiu a chance de passar um tempo com Ulysses e testar a capacidade de seus dons num universo menor, no combate aos pequenos crimes do dia a dia. Com ele, foi possível não só saber das ações da um tanto sumida gangue dos Abutres, como também foi possível antever a melhor estratégia contra eles. Crimes na redondeza como pequenos atentados de ex-maridos eram precisamente percebidos por Ulysses também. Mas será que o inumano poderia talvez ajudar também no mundo dos negócios? Será que ele poderia ajudar Peter Parker a saber em que projetos ele poderia investir que daria certo em prol de outros sem... futuro?



Levando o inumano para as Indústrias Parker de Nova York para ver a extensão de seus poderes, o Homem-Aranha acabou sabendo de algo pior ali - Ulysses teve a visão de que Clayton Cole voltaria a usar seu uniforme de Clash e lutar contra o Homem-Aranha. E isso deixou o Peter extremamente decepcionado, até porque Cole não parecia dar sinais de regredir a esse ponto. Peter não via o que poderia direcionar Cole para isso, mas ao acompanhar o restante da história na perspectiva de Clayton se percebe uma sucessão de acontecimentos que poderiam realmente levá-lo a isso.

No caminho mais cedo para o trabalho, Cole é abordado por ex-colegas que trabalhou lado a lado quando era capanga de vilões. Eles comentavam sobre os ganhos atuais, mas Cole disse que não era mais sua vida aquela. Quando passou para visitar seus pais, Clayton ouviu dos dois apenas amarguras, reclamando que ele ganhava pouco e era apenas usado por Peter Parker. Cole parecia seguro ao dizer como Peter o ajudou a se recuperar, mas seus pais não viam a história por esse lado. E além disso, repudiavam a ideia de Clayton pedir em casamento uma mãe solteira. Curiosamente, naquele mesmo dia quando já cogitava pedir em noivado a Donna, ela se antecipou ao dizer que era melhor acabar o namoro antes que se envolvessem mais. Ela não queria que seu filho quando crescesse soubesse que o padrasto era um ex-detento. E se as coisas não pareciam pior, ao fuxicar na sala do Parker sobre o que o Homem-Aranha vivia fazendo com o tal inumano Ulysses, descobriu (usando um equipamento criado por ele capaz de captar conversas passadas no ambiente) sobre a tal visão.

No momento em que estava na sala, Ulysses foi surpreendido pelo Homem-Aranha e aproveitou o momento para reclamar da falta de confiança que o herói depositava nele. O Aranha tentou virar a situação contra ele dizendo que Cole estava usando aquela tecnologia mais uma vez sem autorização e que isso complicava os termos de sua prisão condicional. Irritado, deixou a empresa e o Homem-Aranha ficou para trás lamentando se ele mesmo não acabou de contribuir para a visão de Ulysses se realizar. Mais adiante na história, Peter acaba encontrando com outro funcionário das Indústrias Parker e amigo de longa data, Harry Lyman (sim, o Osborn também) que faz um paralelo de Cole consigo mesmo e diz que era importante por rédeas curtas em ex-vilões fantasiados.



 E se o destino não já jogasse contra Cole o suficiente, eis que no primeiro bar que ele vai encontra com Mendel Stromm, o Mestre dos Robôs, meio que pronto pra usar os talentos do ex-vilão Clash a seu favor. A partir daí, somos levados a acreditar que de fato Clayton Cole teve uma recaída. Aceitou a proposta de espionar e se beneficiar de grandes empresas (inclusive a IP) e encomendou um novo uniforme do Clash para o Consertador. Contudo, Clash, na verdade, se aproximou de Mendell só o suficiente para atacar seus planos de perto. Com o novo uniforme bateu de frente contra o vilão e logo a briga se estendeu pras ruas. Não demorou muito pra chamar a atenção do Homem-Aranha e juntos os dois combateram lado a lado Stromm e seus robôs e maquinários.

No fim, quando venceram, Cole achou que finalmente tinha mostrado seu valor ao Homem-Aranha e assim desfeito qualquer chance da visão de Ulysses, mas a verdade é que o herói aracnídeo ficou ainda mais decepcionado com Clayton por ter tentado agir sozinho, reconstruído o uniforme do Clash e não ter avisado Peter Parker do perigo antes. Tudo parecia violar os termos da condicional de Clayton. A atitude do Aranha decepcionou Clayton de tal forma que sem pensar ele atacou o Aranha com seus poderes e assim acabou fazendo tudo que não queria - corroborou as visões do Inumano.

O Homem-Aranha tentou se defender, estando de certa forma preparado e antevendo a traição de Cole ao portar um inversor antisônico. Cole viu aquilo como mais uma falta de fé do herói nele e surpreendeu o aracnídeo ao mostrar que os upgrades de sua roupa era maiores do que aquele dispositivo antigo que Parker criou no passado para derrotá-lo. No meio da briga dos dois, o Aranha apenas conseguiu para o Clash ao lembrá-lo que o estilo de vilão não casava com Clayton. Confuso ele parou, e foi aí que Mendell Stromm voltou  atacar.

Desta vez, no entanto, Clash decidiu que não ajudaria o Aranha e o deixou para trás. Sozinho, o Homem-Aranha teve que se desvincilhar de Stromm, mas já tinha perdido Cole. Ele não voltou a trabalhar no dia seguinte e com isso Peter Parker refletiu melhor sobre o que as visões de Ulysses poderiam afetar o dia a dia dos heróis. Concluiu que em casos extremos, de risco de vida, o inumano deveria ainda contribuir para salvar o dia. Contudo, em situações de menor agravo, era importante deixar-se errar. Era com erros que se aprendia na vida. Foi aprendendo com erros que ele se tornou um Homem-Aranha melhor.



A história termina com Clash formando seu próprio tipo de negócio tendo velhos capangas com que m trabalhou servindo a ele agora e a Carol Danvers se certificando que em caso de necessidade poderia contar com o Homem-Aranha ao seu lado.

Esse tie in da saga foi publicado na revista do Espetacular Homem-Aranha 12 a 15 e contou com Christos Cage e Travel Foreman na equipe criativa. O ponto mais interessante dela é mostrar que em quatro edições, numa história simples mas bem direcionada, foi possível discutir melhor toda a problemática dos poderes de Ulysses melhor que o Bendis fez na saga principal. E olha que nem acho o Cage lá um cara muito talentoso.

Coveiro

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