Após o fim das minisséries, finalmente o novo Universo Mutante começa pra valer em X-Men #1 que saiu a venda esta semana. E o pontapé inicial da primeira onda de mensais de revistas de Dawn of X começa já destacando um X-Men assim de todos, que certamente é um dos preferidos de Jonanthan Hickman, Scott Summers, o Ciclope. A cena inicial não poderia ser mais simbólica: Ciclope abrindo os olhos pela primeira vez usando um óculos de quartzo rubi dado pelo Professor X. Boa parte da edição será pelo ponto de vista dele, uma visão dada por Xavier pra seu primeiro e mais crente aluno.
Então, a história segue pros dias atuais com os X-Men atacando uma base da Orchis, a mais nova organização de mentes brilhantes reunidas de diversos grupos distintos - ex-SHIELD, ex-ARMOR, ex-IMA, até mesmo ex-HIDRA - juntos para impedir que a expansão mutante oblitere o futuro da humanidade. No ataque, temos os dois principais lideres de equipe de campo dos X-Men do passado, Ciclope e Tempestade, meio que acomodando suas novas visões um tanto impositivas dos mutantes pós-Krakoa. Junto a eles, estão Magneto e Polaris (curiosamente, comportando-se como Pai e filho), que parecem muito confortáveis em atacar o grupo de humanos.
Após lidar com versões de cientistas que se sacrificaram “involuindo” a forma símia, o grupo de X-Men entra num laboratório onde encontram muitos mutantes presos em câmaras. Contudo, a maior supresa esta na forma de um outro tipo de especie, uma pós-humana, ou uma versão pioneira dela, que após algumas palavras confusas é translocada dali para um outro lugar. As questões sobre essa pós-humana ficaram pra depois, Ciclope alerta que a prioridade agora é salvar os mutantes presos.
Transportados todos para Krakoa, os mutantes resgatados são tratados pela Doutora Cecília Reyes e Tempestade. Outros mais jovens, quando veem a volta de Magneto e o ovacionam como um herói querendo até mesmo acompanhá-lo na próxima missão, mas Magneto diz que ele está justamente fazendo aquilo para que os jovens não precisem seguir essa estrada. Por fim, Polaris chama Ciclope de canto e falam sobre de fato estarem acreditando naquele novo ideal dos Mutantes em Krakoa.
Um interlúdio acontece na 'forja’ da Orchis, próximo ao Sol, justamente após o ataque bem sucedido dos X-Men. O Diretor Devo e a Sentinela Ômega Karima inspeciona um tipo de carregamento com câmara de contenção daquilo que parece ser o novo passo da organização contra os mutantes. Mas o que tem naqueles caixões? Novos Sentinelas aprimorados? Mais Pós-humanos?
Voltando a perspectiva do Ciclope, acompanhamos o X-Men em um encontro familiar pra lá de peculiar. Seu pai Corsário e os Piratas Siderais são os convidados de um Churrasco na residência dos Summers na lua. Agora, o que temos é uma visão do primeiro X-Men mais como homem de família do que soldado, preocupado com seu pai e lembrando do tempo em que Nathan era apenas um bebe. A cena como um todo é pra lá de inusitada, ja que traz os outros irmãos Summers de volta a vida e compartilhando aquele momento como se fosse todos grandes amigos. E estamos falando aqui do Gabriel Summers batendo um papo com Wolverine tranquilamente enquanto assa as carnes.
Em meio a papos do jovem Cable com Raza e tratando Jean Grey como sua mãe, temos lá pro final o Alex Summers entregando uma flor de Krakoa pra o Corsário. A ideia é que onde quer que tivesse, quando fosse preciso ter ajuda dos X-Men, os Piratas Siderais tivessem um meio de contacta-los imediatamente. É provavelmente assim que a relação com os Shiar começam a se estreitar do mesmo jeito que aconteceu com outras vidas da Moira em linhas temporais diferentes.
Tem muito mais coisas ainda nessa cena de reunião familiar e vale a pena dar uma lida com atenção. Acompanha essa cena também um extra com detalhes dessa base dos Summers na área azul da Lua. Pelo visto, lá morara os irmãos Summers, Jean Grey que parece ter reatado com Ciclope, o jovem Cable e... Wolverine?!?!
E antes da edição acabar, temos uma volta a 'Forja’ da Orchis. Desta vez, o Diretor Devo adentra o laboratório da Doutora Gregor. Ela parece obcecada com um experimento desde a morte do Marido e aparentemente criou um jeito que pode ressuscitar Killiam mesmo sem ter sobrado nada dele no ataque dos X-Men.
Essa primeira edição da revista começa perdendo um pouco da sensação épica que vimos nas minisséries, mas se justifica pra ambientar melhor os personagens que devem ser por agora os principais a serem usados por Hickman. Como deu pra perceber, Ciclope e em menor grau as pessoas mais relacionadas a ele devem ter todos os holofotes. E aqui vale nota com salva de palmas por Hickman conseguir deixar o personagem interessante de novo. O ponto negativo pra mim fica por conta da arte de Leinil Yu. Vai alem do gosto pelo traço, na ambientação de Krakoa, enfraquece muito a falta de detalhes na arte dele em comparação com o que vimos feito pelo RB Silva e o Pepe Larraz.
Coveiro