terça-feira, 1 de junho de 2021

Réptil #1 traz a história que o jovem Humberto Lopez deveria ter desde o começo

 Muitos talvez não conheçam o personagem. Outros podem ter uma ideia dele por conta da animação The Super Hero Squad Show. Só os leitores mais árduos vão certamente lembrar da sua primeira aparição na edição especial 'Avengers: The Initiative Featuring Reptil' #1 por Christos Gage e Steve Uy. Humberto Lopez, foi um personagem novo criado em 2007 planejado pra ter todo apelo juvenil que seus poderes pedem. Afinal, quem não amaria ter um herói com os poderes de se transformar em qualquer tipo de herói? Esse é o Réptil que ganhou nova minissérie na semana passada.

Réptil passou pela Iniciativa dos Vingadores, foi um dos selecionados pela Academia dos Vingadores e teve seu momento em Arena dos Vingadores. Nunca chegou verdadeiramente a emplacar, nem no seu público alvo e nem nos fãs mais árduos. Sua última aparição foi numa edição especial de King in Black, só pra mostrar que estava vivo. A minissérie que saiu semana passada vem como mais uma tentativa de impulsionar o personagem. Desta vez do jeito certo.

A edição começa com uma recapitulação da vida do personagem, relembrando todos os seus maiores momentos até aqui. Só que agora com a lei Kamala Khan que proibiu jovens de atuar como vigilantes, Humberto viu sua carreira heróica ir abaixo. Restou a ele acompanhar seu avô de volta a Los Angeles para visitar a Tia e os dois primos. Isso levou o personagem a explorar sua herança cultural mexicana um pouco mais ao mesmo tempo que construiu personagens coadjuvantes interessantes para serem explorados nessa história.

Alguns dramas pessoais de Humberto também começam a ser mais explorados. Seu receio de perder o controle ao se transformar por inteiro em dinossauro permanece desde que a última vez que acontecer. Já seu primo mostra que ele sequer triscou nas possibilidades de seus dons já que ele mal conhece a diversidade de dinossauros possíveis que ele pode se transformar (nada que um app não resolva). Por outro lado, Lopez demonstra muita irritação com sua família quando eles dão entender que aceitaram a morte de seus país ao invés de acreditar que eles estejam apenas desaparecidos.

E essa questão dos pais não é algo que é jogado a tona nessa primeira história. Ao final dessa edição, enquanto passeava com os dois primos, Humberto Lopez se depara com um vilão que parece que tem algo a ver com o desaparecimento deles. Outra surpresa para o Réptil é que ao se ver em perigo quando o vilão quase retira o amuleto cravado em seu peito, sua prima acaba revelando um poder surpresa disparando energia das mãos.


O roteirista Terry Blass está entregando aqui a melhor chance até agora pra o público conhecer e se interessar pelo personagem. Diferente de todas as outras vezes, vemos que ele tem aqui uma vida pessoal e que pode ser bem trabalhada. A arte de Enid Balam e Victor Olazaba mantem as raízes de criação do personagem, sendo leve, solta e jovem. A edição é viva, fácil de ler e uma tentativa admirável de revigorar um personagem inexplorado.

Coveiro 

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