segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Eternos... a custa de quê...?

Com a chegada do filme este ano, a Marvel resolveu voltar a investir na franquia dos Eternos nos quadrinhos. E para tal convocou uma equipe criativa de ouro, com Kieron Gillen e Esad Ribic. Falamos da primeira edição aqui, que reestabeleceu para os leitores alguns conceitos peculiares dos Eternos. A edição acabou trazendo todos eles de volta a vida através da máquina, mas imediatamente vimos o mais velho deles, Zuras, o Eterno Primordial ser assassinado. E tudo leva a crer que há de novo um traidor entre eles.

Na sequência das edições somos levados a uma surreal história 'policial' onde alguns dos eternos querem descobrir quem dentre eles é o bandido. Ikaris e Sprite, agora num corpo de Menina, seguem pistas dos assassino até Titanos, a cidade eterna caída onde o tempo passa diferente, e lá encontraram Thanos. Apesar do Titã se tornar o principal suspeito aqui, alguns personagens ainda acreditam que a entrada dele em Olympus para matar Zuras foi facilitada. Vale destacar também que Zuras não podia ressuscitar imediatamente porque de algum modo a máquina foi corrompida. Muitos suspeitam de Druig, que teria mais uma vez tentado tomar uma posição de poder.

Outro problema identificado pelo Eterno Phastos é que caso a máquina não for religada logo, a própria Terra pode ser destruída por uma catástrofe. Assim, liderados por Sersi, os Eternos interessados em respostas se reúnem para desvendar esse mistério. E paralelo a isso, o sempre misterioso e messiânico Ikaris, vai até um jovem chamado Tony Robson, que ele acredita que deve proteger de uma ameaça iminente já que teve uma visão do futuro em que ele aparece lamentando a morte do rapaz.

A história segue ao longo das várias edições passando por várias localidades e encontrando outros personagens ligados a mitologia dos Eternos. Em Lemúria, lar dos Deviantes, está Hela, que parece ter uma tendência a gostar dos outroras maiores inimigos dos Eternos. Ela confessa ter brigado com Zuras no último encontro deles, mas é rapidamente descartada da lista de suspeitos. Em Polaria, outra cidade eterna no nosso planeta, Druig descobre que seu pai Valkin e vários outros de seu povo foram mortos. As suspeitas voltam a cair sobre Druig mais uma vez.

Thena e Kingo vão até Polaria investigar o recente massacre e questionar o suspeito Druig. Na visita, acabam topando mais uma vez com Thanos que usa a máquina dos Eternos mais uma vez para transportar-se diretamente para a cidade e tentar matar Druig. Thanos é atacado tanto no campo mental quanto físico dessa vez e por isso não faz nova vítima. Ele foge e Thena tira as suspeitas sobre Druig. As suspeitas então caem sobre outro Eterno que também não gosta de Druig, o Gigalmesh. Vale destacar que mesmo não sendo de fato o responsável pelos ataques, nada impede que Druig faça um acordo posteriormente com Thanos para atender interesses mútuos.


Para atrair Gigalmesh, também conhecido como o Esquecido, a eterna Sersi tem um plano ousado que requer manipular Tony Stark e fingir que ela estaria o ameaçado. O poderoso eterno aparece para atacá-la e é imediatamente interceptado por Ikaris. A briga dos dois se estende a distância e é preciso a intromissão de Thena e Kingo com algemas especiais para deter Gigalmesh. Uma vez detido, Gigalmesh foi interrogado. 

Paralelamente a isso, vemos Thanos confessando a Druig o porquê de suas últimas ações. Depois de sua suposta morte em Guardiões da Galáxia 16, Thanos foi trazido de volta a vida por um eterno misterioso que implantou uma espécie de mecanismo bomba em seu coração. Como as ordens que lhes eram dadas era pra matar outros eternos, Thanos foi seguindo as ordens sem questionar até ali. Só que Druig disse que é capaz de dar alternativas para ele.

Gigalmesh é levado para Olympia e examina o lugar onde possivelmente ocorreu a sabotagem da máquina. O 'Esquecido' disse que o método de sabotagem da máquina foi feito de uma maneira que só outro saberia, Phastos. Então, somos revelados de que apesar de pacifista, o eterno Phastos veio orquestrando toda aquela matança dos companheiros. 

De fato, Phastos tinha suas razões altruístas para fazer isso, mas seu plano acabou fugindo de controle e a máquina dos Eternos ficou descontrolada. Foi necessário ele reconhecer sua falha e pedir ajuda aos colegas eternos para ajudar a impedir uma catástrofe planetária. Ikaris foi o primeiro a chegar, seguindo as instruções de Phastos para impedir o núcleo de energia explodir. Para tal, ele acabou se sacrificando... mais uma vez.

Quanto aos motivos de Phastos decidir sabotar a máquina, descobrimos que ele ao ser despertado dessa vez como um dos primeiros eternos reconstruído, se deu conta de que para cada um deles voltar a vida, é necessário um humano mortal morrer. É isso mesmo. Os Eternos são sempre ressuscitados, algo que não é muito raro, às custas de vidas humanas. E agora que a Máquina voltou a operar normalmente, descobrimos que quando ela ressuscita Ikaris mais uma vez, isso custa a vida do jovem Tony Robson. É o mesmo garoto da visão de Ikaris que ele queria proteger.


Phastos queria na verdade parar a máquina e para tal impedir a matança. Só que descobriu tarde demais que parar a máquina dos Eternos, é condenar o planeta. Eles vão estar presos sempre naquele ciclo constante de ressureição, sempre culpados indiretamente pela morte de alguém para um deles voltar. Gigalmesh ficou atordoado por ter sangue de mortais toda vez que ele puniu um eterno. Ikaris lamentou a morte de Toby. Sersi confessou que ela já sabia o que acontecia, mas que com o tempo, passou a ser uma pessoa menos sentimental quanto a isso.

A máquina seguiu seu trabalho e ressuscitou Zuras, que retomou seu posto de Eterno Primordial mais uma vez. Suas primeiras ordens foram de retomar a Unimente e caçar Thanos pelo que ele fez. Parte dessa história eles não lembrarão no futuro, já que a máquina deve apagar da mente deles esse peso sobre as vidas humanas. É o jeito dos Eternos.

E a história por Kieron Gilliam e Esad Ribic  continua em Eternos: A Ascenção de Thanos.

Apesar de não ser nada megalomaniaco, Kieron Gilliam traz uma boa revisitação dos Eternos nessa minissérie. Temos aqui conceitos sendo reforçados e novas explicações para possíveis mudanças de biótipos e gêneros dos personagens para combinar com o filme que vem aí. Enquanto a história principal acontece na minissérie, somos apresentados a vários flashbacks do passado deles, ou cenas sendo recontadas de histórias de minisséries anteriores. É um bom ponto de partida para os leitores que conhecem pouco.

Coveiro 

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