quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Fallen Angels se encerra entregando uma grande história sobre a Psylocke

A última edição da revista Fallen Angels saiu na semana passada e concluiu assim o título, originalmente pensado como sendo uma mensal, mas que acabou virando uma série limitada devido a compromissos do roteirista Bryan Hill. Contudo, ainda assim, essa história não merece ser descartada pelos leitores. Na verdade, torna-se peça fundamental para quem quiser conhecer melhor quem será a Psylocke daqui por diante.



Quem leu nossa resenha da primeira edição aqui já percebeu que apesar de termos um trio de mutantes principais, é Kwannon quem se destaca acima de todos. Sim, Kwannon, a ninja assassina do tentáculo que teve seu corpo por anos usado por Elizabeth Braddock finalmente está de volta, com posse de seu corpo e as duas estão separadas. Nas páginas aqui, acabamos conhecendo mais do seu passado, descobrimos que ela teve uma filha que foi tomada meses depois do nascimento e que ela teve um árduo treinamento pelo seu sensei. Virou uma máquina de matar do tentáculo. Kwannon, por sinal, sequer é seu nome, mas uma derivação de Kannon, a Deidade da Misericórdia no Japão.

Mais do que conhecer seu passado, Fallen Angels acima de tudo tornou-se a revista para Psylocke descobrir quem ela é a partir de agora que está de volta e separada da Braddock. E junto dessa descoberta, ela promete também transformar a X-23 (uma assassina por natureza que quer sair da sombra do Wolverine) e o Jovem Cable (o potencial soldado que não tem a experiência ainda da sua outra versão), dois aliados que ela junta em sua jornada aqui. A referência de Crisálidas que se transformaram em Borboletas.

Nas quatro primeiras edições, a história se concentra na luta dos três contra o vilão Apoth, a grande ameaça da história. Vão do Brasil até Dubai atrás dessa entidade tecnológica com aspirações divinas que vem usando um tipo de Cyberdroga chamada Overlock para tomar a consciência das pessoas, principalmente crianças, para dominá-las. A entidade aspira a conquista mundial tomando corpos um a um até possuir todos e assim levar a igualdade e consequentemente sua versão de paz ao mundo.



A escolha de começar a dominar crianças não foi a toa. Apoth sabia que essa seria uma fraqueza de Kwannon desde que ela teve sua filha tirada dela e um flashback mostra que ela era uma Inteligência Artificial que era pra ser destruída numa missão dada a Kwannon pelo Tentâculo, mas que manipulou sua algoz fazendo voz de um criança na hora do ataque e pedindo para ser salva. Kwannon acabou salvando a IA, que se espalhou no mundo livre e começou a ter suas aspirações divinas e de conquistas mundiais. Contudo, ela parecia extremamente obcecada por Kwannon, tratando-a como sua mãe.

Para resolver essa questão agora no presente, Psylocke contou com a ajuda de um outro personagem que vive nas sombras de Krakoa. Senhor Sinistro ficou com o papel de sempre quebrar as regras da Ilha Mutante para ajudar na missão dos 'Anjos Caídos' e foi quem criou na história final o dispositivo que amplificaria o poder de Psylocke para usar sua telepatia no ambiente virtual contra a IA. Em troca, Psylocke traria para Sinistro o que sobrasse de Apoth para ser estudado por ele antes de ser destruído.


A última edição reúne junto a Cable e X-23 mais dois personagens - Escalpo e Bling - que cuidam de lutar contra as crianças possuídas a frente da torre de Dubai onde está o vilão, enquanto que Psylocke luta contra Apoth num ambiente que mescla plano astral e realidade virtual. Mesmo tentando manipular Kwannon de novo usando a figura de sua filha tomada, Apoth é morto e a ameaça se extingue.




É o fim do arco e fim do título. Se por acaso haviam planos para continuar a partir daqui, Bryan Hill já ciente de sua partida entregou nas últimas páginas uma digna 'despedida da equipe' de Fallen Angels com uma conversa bacana entre X-23 e Kwannon. A situação entre Psylocke e a Nova Capitã Bretanha também foi acertada sem necessidade de diálogo. Kwannon perdôou Betsy. Já o acordo entre Psylocke e Sinistro talvez renda mais. E provavelmente vamos ver mais disto no título Hellions que será escrito por Zeb Wells.

Coveiro

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