Derrota e literalmente quebrada em dezenas de pedaços durante o torneio de X de Espadas, a essência de nossa Elizabeth Braddock sobreviveu em outra realidade como Rainha da Inglaterra ao mesmo tempo que a tropa de Capitães Britania voltou a existir no Multiverso. A edição termina com finalmente ela conseguindo um caminho para casa, seu corpo surge a frente do Farol, lar novamente da equipe do Excalibur, mas a verdade é que há mais dúvidas do que certezas de que essa seja a nossa Lizzie Braddock 616:
Pra explicar tudo, vamos voltar 3 edições e resumir primeiro os acontecimentos da edição 18 do grupo britânico. De fato, o corpo de Elizabeth Braddock estava ali de volta, mas de jeito nenhum aquela parecia ser a mesma Betsy. Vampira e os demais do grupo estavam com o pé atrás, mas tentando entender se ela estava passando por algum trauma que a deixou assim ou seria a heróina de outra realidade. Tentaram manter tudo em segredo ainda, apesar da pressão de Opal Luna Saturnyne de que a nossa realidade 616 tivesse já uma Capitã ou Capitão Britânia para se apresentar. Ela faria de tudo ainda para Brian reaver seu antigo posto.
Obviamente o segredo não pode ser guardado por muito tempo. Primeiro foi Emma Frost surgindo para tentar checar psiquicamente se ela era a mesma Betsy. Mas a moça a impediu mentalmente. Depois foi a vez de sua sobrinha, o irmão Brian e Meggan descobrirem sobre sua volta. Aquela Betsy correu para evitar ser encontrada e mais tarde induziu mentalmente para o irmão voltar de volta para Avalon e deixá-la em paz. Enquanto isso, aquela Betsy fugiu e deixou o Excalibur ainda cheio de problemas.
O mistério da edição 18 foi resolvido perto do final. Gambit foi até Avalon e descobriu que o irmão alterador de realidade de Betsy, Jammie Braddock, havia criado um corpo para ela, mantinha o trancado, mas ele subitamente desapareceu. Já a estranha Betsy foi atrás de Vampira e Rictor para atacá-los pelas costas, mas foi impedida por Psylocke no último instante. Kwannon dividiu a psique com Betsy por muito tempo e só ela saberia reconhecer os detalhes para diferenciar uma falsa Elizabeth Braddock.
Mas se aquela não era a verdadeira Elizabeth, onde ela estava? A edição #19 parece resolver isso logo nas primeiras páginas. Na Terra 13059, A capitã bretanha Lizie Braddock que também é uma maga suprema daquela realidade encontrou a essência da Capitã Britania 616 pulando de realidade pra realidade. Então, usando sua magia isolou a psique dela e levou para a Cidadela Omniversal. Tentaram uma audiência com Opal Luna Saturnyne para ajudá-la, mas a Majestrix parecia pouco interessada.
A Tropa de Capitãs Britânias então foi recorrer a outra ajuda. Foram até Avalon falar com o irmão Brian e ver como poderiam fazer para unir de novo mente e corpo. Assim, passaram-se dias num ritual místico orquestrado pelo pouco experiente Rictor, que desde que Apocalipse deixou o grupo, tentou seguir os passos dele nos ensinamentos mágicos e se aperfeiçoar assim como um druida da Terra.
Após muitas tentativas em vão, Kwannon se arriscou em fazer algo diferente. Ela quebrou o frasco onde a essência de nossa Betsy estava e deixou-a seguir livre em nossa realidade. A Psylocke então foi sozinha atrás da sua contraparte psíquica e rastreou ela até uma aldeia de elfos em Avalon (vai um easter egg aqui, os elfos dessa vez desenhados como o antigo companheiro de Brian Braddock, Jack Dawn, como deveria ser). A essência de Betsy tentou afastar Psylocke o quanto pode com lembranças tenebrosas, mas Kwannon estava determinada a trazer a moça de volta de qualquer jeito. Permitiu que Lizzie entrasse em seu corpo mais uma vez, dividindo-o como foi antigamente só para levá-la em segurança de volta ao Farol e ao corpo criado pelo Jammie.
Enquanto levava ela de volta ao farol, Kwannon explicou as mudanças que aconteceram desde o Torneio. Explicou que o lado de Krakoa venceu. Explicou que a Tropa de Capitãs Britânia foi reformulada e voltou e contou que ela tinha um corpo criado novo só pra ela pra ocupar. Psylocke então convocou a espada Starlight para si e entregou ao corpo inanimado de Betsy, despertando-a.
Só que outro mistério que também perdurava até aí não tinha sido resolvido. Quem ocupava o corpo criado de Betsy antes? Quando ela despertou, cuspiu fora um bracelete com um rosto familiar. Imediatamente uma essência saiu de Avalon, atravessou o corpo da Vampira e cruzou o portal de Krakoa. Era a antiga carrasco e mutante Malice, que agora estava a solta na ilha e poderia ocupar qualquer corpo agora sem eles saberem.
A edição 20 de Excalibur que saiu na última semana é a parte final deste arco. Ela se trata de uma história de 'background' para essa 'Carrasco' que até então pouco conhecíamos. Começa com um flashback de quando Malice era apenas uma pobre adolescente Alice vivendo com a mãe em Doncaster, na Inglaterra. Quando seus poderes mutantes de possuir corpos foi ativado, ela deixou sua forma antiga para trás e sua mãe achou que ela estava morta.
Na edição, também vemos Elizabeth Braddock se apresentando ao Conselho Silencioso de Krakoa e retomando sua posição de Capitã Britânia dessa realidade. Após a reunião, vemos que Malice tinha possuido o corpo de Emma Frost e quis atacar Betsy. Só que ela já estava consciente e preparada. Psylocke a atacou por trás e a prendeu numa adaga psíquica. Xavier apareceu logo depois exigindo explicações e reclamou por não ter sido avisado logo desde o começo ao invés de precisar utilizar assim seus poderes psíquicos para descobrir o que escondem dele.
Quanto ao caso de Malice, Psylocke e Betsy decidem que querem ajudar ela. Entram psiquicamente na mente dela e se veem numa balada inglesa mental e tentam conversar. Acabam tendo um confronto nada amistoso e Psylocke é chutada fora da mente dela. Betsy ainda resiste e acaba deixando a briga ainda mais feia. Malice então tenta escapar possuindo o corpo de Kwannon no mundo físico. Betsy desperta a tempo para impedir isso e queimar o amuleto de Malice no fogo antes da possessão. Dias depois, vemos que Xavier concorda em dar Malice uma nova chance e um novo corpo. Ela acreditou que seria sentenciada e castigada, mas eles estavam de fato dando a ela uma nova oportunidade.
Todas as três histórias resumidas até aqui estão sob a batuta de Tini Howard e Marcus To. A dupla tem se mantido firme e forte por todos esses números e tem entregado um baita trabalho competente. Como falei anteriormente, ninguém que curtia as histórias dos anos 70 e 80 do Capitão Britânia e do grupo mutante inglês pode reclamar.
Coveiro
