Ainda continuando com trechos da gigantesca e muito completa entrevista que concedeu a Rollingstones, o diretor da trilogia do Homem-Aranha dos cinemas e que atualmente tomou as rédes de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura contou um pouco de como foi trabalhar com os atores do Doutor Estranho, Wong, Wanda e enalteceu o trabalho do roteirista Michael Waldron. Sem poder falar muito, também comentou como fez para equilibrar as diferentes "participações especiais" no filme.
O que te impressionou na maneira como Benedict criou diferentes versões do Doutor Estranho neste filme?
Raimi: Percebendo as pequenas nuances que Benedict inventaria para diferenciar seu alteregos. Sutilezas, ondas de movimento, estilo distinto de fala. Ele realmente é um ator dos atores e usa todas as ferramentas à sua disposição com bastante elegância. Você pode falar “Ação” e então se perder na performance dele nos próximos dois minutos e meio. Você só precisa se lembrar de gritar “Corta”, porque ele é tão fascinante.
Quais personagens ou atores mais te surpreenderam?
Raimi: Acho que Benedict Wong. Eu não sabia o quão engraçado ele era pessoalmente, ou quão animado ele era no set. Ele é realmente super criativo e uma grande alegria trabalhar com ele. Ele realmente traz uma energia e uma sensação de diversão ao seu trabalho que o filme realmente precisa.
Quando conversei com Elizabeth Olsen, ficou claro que ela tem uma noção muito forte de quem é Wanda Maximoff. Como isso afetou as coisas?
Raimi: Ela tinha acabado de sair daquele programa premiado com o Emmy [indicado, na verdade] sobre sua personagem e o crescimento da personagem. Então seria imprudente tentar dizer a ela quem é seu personagem ou o que seu personagem estava sentindo naquele momento. Eu posso criar a história daqui para frente com ela, mas ela tem que ser parte integrante da narrativa ou não faria sentido.
Quais aspectos do Doutor Estranho de Scott Derrickson você mais gostou?
Raimi: Eu amei como ele foi infundido com alguma filosofia oriental. Ele realmente nos mostrou essas viagens mentais legais, como as formas astrais e como era assumir, de uma maneira visual, uma consciência maior. Eu pensei que era inspirador, alguns dos visuais e sequências que ele fez. Fomos capazes de assumir a liderança e tentar avançar com algo nesse sentido também.
O que, na sua opinião, Michael Waldron acabou trazendo para o processo de roteiro?
Raimi: Uau, esse cara é ótimo. Ele trouxe uma imaginação incrível e uma consciência absoluta da história da Marvel. Então ele realmente é como um especialista nesses personagens, suas interações, suas histórias de fundo. Eu estaria morto sem isso. Mas então ele trouxe uma imaginação super-fértil. Ele adora que os personagens interajam uns com os outros, e realmente mostre a eles quem eles são e quais são seus problemas. Então ele é como um romancista, escrevendo uma história em quadrinhos da Marvel. E é ótimo porque é isso que é tão único nos super-heróis da Marvel de Stan Lee – é o aspecto humano deles, suas falhas, seus erros, suas peculiaridades de personalidade. Michael adora que o Doutor Estranho seja um pouco egoísta e tenha um problema com insegurança.
Digamos que há um personagem de outro universo – talvez dos filmes da Marvel que a Fox fez – que de repente aparece no filme. Isso é muito empolgante para o público, mas parece que a emoção do reconhecimento pode empurrá-lo para fora da história. Como você equilibra isso?
Raimi: Acho que se essa situação aparecer, às vezes a melhor resposta é apenas deixar o personagem que está experimentando esse novo personagem reagir com sinceridade. Agora, se houvesse um personagem famoso de outro universo que aparecesse no Multiverso da Loucura, não tenho certeza se nosso Doutor Estranho saberia quem ele era; ele poderia ignorá-lo e não torná-lo grande coisa. Acho que uma resposta verdadeira às vezes pode ser a parte mais engraçada ou a mais envolvente para o público. Você os coloca em uma posição como: “Cara, você não sabe quem é esse cara? Oh meu Deus!" É como se algum idiota encontrasse James Bond na tela pela primeira vez e dissesse: “Amigo, você quer o martini do jeito que eu sirvo. Me pega?" “Você não sabe que é James Bond?!” Esse é um tipo diferente de diversão para o público ter.
Dirigido por Sam Raimi e roteirizado por Michael Waldron, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura será estrelado por Benedict Cumberbatch como Doutor Estranho, Elizabeth Olsen como a Feiticeira Escarlate, Benedict Wong como Wong, Rachel McAdams como Christine Palmer, Chiwetel Ejiofor como Mordo e Xochitl Gomez como America Chavez.
O filme está saindo nos cinemas já nesta semana em 5 de maio de 2022.
Coveiro
