segunda-feira, 6 de março de 2023

Grandes História da Marvel no Brasil: Namor, o primeiro personagem Marvel


Com a chegada de “Wakanda Forever” no Disney Plus, o personagem, finalmente faz sua estreia no UCM e achamos interessante contar a história dele nas publicações brasileiras. O Grupo Editorial Record, fundado por Alfredo Machado e Décio de Abreu em 1942, foi uma agência que fazia o “meio de campo” entre as editoras americanas e as brasileiras. Machado, anos antes de fundar a Record, já havia negociado alguns personagens da futura Marvel ao Brasil. Vendo potencial no Tocha-Humana e Namor, o Príncipe Submarino,  Machado, mandou uma carta para a Timely no começo de 1940, meses depois, veio a resposta, junto com um contrato de licenciamento - o que não demoraria para que o jornal O Globo, de Roberto Marinho publicasse esses novos super-heróis.

Namor, o protagonista dessa matéria, foi quem abriu as portas para a Timely no Brasil. A primeira aparição dos personagens por aqui, aconteceu na edição nº 142, de abril de 1940, com as histórias publicadas originalmente em Marvel Mystery Comics nº2, com o personagem Namor, o Príncipe Submarino, criado pelo artista Bill Everett, inspirado em aventuras marítimas e baseando-se nas histórias de Atlântida, o reino perdido. Após uma missão no Continente Antártico, Leonard McKenzie, um capitão da Marinha americana, provoca uma destruição com explosivos, causando danos à civilização de Atlântida. O imperador atlante chamado Thakorr envia a sua filha, a princesa Fen, para investigar o caso. Chegando à superfície, a princesa Fen se envolve com o capitão Mckenzie e após retornar para Atlântida, descobre que está grávida. Tempos depois nasce Namor - filho de uma atlante com um humano. Essa história da origem do personagem é a que foi publicada na edição de Marvel Comics n° 01 pela Timely, em 1939. No Brasil, essa história foi publicada na edição de Gibi nº210, em setembro de 1940. Namor é considerado o primeiro mutante da história da Marvel. Na primeira década de publicações, Namor era o maior personagem da editora no Brasil. 

Em Gibi nº 238 e nº 252 de 1940, foi publicado o primeiro crossover da Marvel: A clássica batalha de “Fogo Contra Água” tem uma trama de tirar o fôlego. A história foi produzida pelos dois criadores, Bill Everett e Carl Burgos, respectivamente os criadores de Namor e do Tocha Humana. E sabendo do impacto que ela teria nos corações dos leitores, a equipe de O Globo já preparava o terreno para o confronto vindoura, na capa de Gibi n° 224 de outubro. A década de 1940 e 1950, o personagem teve muitas revistas publicadas com suas histórias da Era Timely. Além de Gibi Mensal, Namor apareceu em “O Globo Juvenil, Mensal”, na revista “Biriba” , “Shazam” e na “Biriba-Shazam”. Todas publicadas pelo O Globo, e posteriormente pela RGE, quando Roberto Marinho fundou a nova editora em 1952.


A edição 185 de O Globo Juvenil Mensal de 1956 foi a última que teve uma capa com Príncipe Submarino, já a edição 190 encerra sua fase pré-Marvel no Brasil definitivamente. Sua revista nos Estados Unidos foi descontinuada na edição 42 (publicada aqui em O Globo Juvenil Mensal nº 182). Por isso, o personagem ficaria ausente das bancas brasileiras pelos próximos onze anos.  Seu retorno aos leitores brasileiro aconteceu em 1967 com a parceria entre a Marvel, a Ebal e os Postos Shell. Namor retornava em grande estilo em suas novas histórias já na Era Marvel, publicadas do original “Tales of Astonish” na revista “Super-X”, ao lado do Incrível Hulk.


 As histórias dessa fase eram de Stan Lee e Gene Colan, (quando assinava como Adam Austin). Super-X, foi publicada até 1972 na edição nº 54. A Ebal, nessa época acabou abrindo mão de alguns personagens. E foi nessa época que Namor migraria novamente de editora. Em 1972, a GEA (Grupo de Editores Associados), uma editora “picareta”, acabou publicando apenas duas edições do personagem. A primeira com histórias do personagem em cores no Brasil. Depois da GEA, Namor teve revista própria pela Bloch. Pela primeira vez editado em formatinho, a nova revista em cores da Bloch teve apenas 10 edições. Essa publicação foi a última vez que Namor teria um título próprio no Brasil. De 1975 até hoje, o Principe Submarino teve apenas participações em outras revistas, as vezes como coadjuvante em outras como uma participação mais fundamental.


 A seguir, separamos alguns dos seus principais momentos, para aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre o personagem:

Marvel Knights: Quarteto Fantástico 1234, Publicado pela Panini em 2013.

Os Heróis Mais Poderosos da Marvel n° 20, com o início da fase de John Byrne, publicado pela Salvat em 2015.

Coleção Histórica Marvel: Supervilões Unidos em 4 edições. Publicado pela Panini em 2016.

Coleção Histórica Marvel: Os Defensores em 4 edições.

Namor: As Profundezas. Publicada pela Panini em 2010.


Alexandre Morgado

Alexandre Morgado é cartorário do 15° Tabelionato de São Paulo. É também autor do livro Marvel Comics - A Trajetória da Casa das Ideias do Brasil, livro que narra a história da Marvel em nosso país, relançado em 2021. O autor possui um acervo gigante de HQs, principalmente com material da Marvel Comics.

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