sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Marvel responde a polêmica em torno do anúncio da super-heroína israelense 'Sabra' na D23


A Marvel Studios está introduzindo muitos novos personagens em sua Fase 4, muitos dos quais vêm de todo os cantos do mundo. O Cavaleiro da Lua, Shang-Chi e Ms Marvel mergulharam em culturas de diferentes cantos do outro lado do mundo. E durante a D23, tivemos o anúncio de que a personagem Sabra, primeira heroína israelense estaria chegando ao UCM. A notícia foi vista com entusiasmo por alguns fãs, mas com preocupação por outros. Afinal, a palavra Sabra carrega uma história triste para o povo palestino.

Durante a convenção D23 da Disney, a Marvel Studios revelou que Capitão América: Nova Ordem Mundial apresentará Shira Haas como Sabra, uma super-heroína israelense. Ruth Bat-Seraph é uma mutante que lutava contra palestinos em O Incrível Hulk #256, a edição de estreia da personagem. Ela é retratada como uma agente do Mossad e acaba tendo um embate com Bruce Banner. Ao final da edição, Hulk a faz cair em prantos ao perceber que o embate causado por ela ceifava a vida de inocentes.



Mas mais que isso, apesar da personagem ter sido criada antes, hoje a palavra Sabra remonta a massacre de Sabra e Shantila, dois bairros onde foram mortos mais de 3.500 palestinos e libaneses por milícias apoiadas por Israel. É considerado hoje um dos maiores atos de genocídio da história.





Contudo, vale lembrar que a personagem da Marvel Comics foi criada alguns anos antes do fato e a personagem tem esse nome por simplesmente ser um nome hebreu para garotas. Sabra ou סברה significa "repouso". A palavra também é usada para as crianças que eram nascidas em Israel, logo após a formação do estado em 1948.

Apesar de ter trabalhado com a heroína paquistanesa árabe Ms. Marvel, a Marvel até então não tinha se aproximado tanto do conflito secular do território Israel / Palestina como agora. E para acalmar os animos, a Marvel Studios finalmente respondeu à situação em um comunicado emitido ao The New York Times:

“Enquanto nossos personagens e histórias são inspirados nos quadrinhos. Eles são sempre imaginados para a tela e o público de hoje, e os cineastas estão adotando uma nova abordagem com o personagem Sabra, que foi introduzido pela primeira vez nos quadrinhos há mais de 40 anos.”

O Falcão e o Soldado Invernal não se esquivaram de mergulhar em políticas controversas, e Capitão América: Nova Ordem Mundial deve ser um caso semelhante. Mas isso não significa que o blockbuster de suspense paranóico irá explorar o conflito Israel/Palestina, mesmo que Sabra tenha tido conexões com as tensões nos quadrinhos anteriores.

A Marvel Studios sempre fez questão de diferir dos quadrinhos, quer isso signifique apenas adaptar vagamente as histórias existentes ou completar a revisão de personagens, ocasionalmente combinando-os com outros. Sabra deve ser outro exemplo disso. Vamos aguardar para entender como deve ser essa abordagem.

Coveiro

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